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Oriente Médio

Ashton pede retomada de negociações entre Palestina e Israel

15 fev 2011 - 18h23
(atualizado às 19h29)
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A alta representante de Política Externa e Segurança da União Europeia, Catherine Ashton, visitou nesta terça-feira Israel e os territórios palestinos como parte de sua viagem pelo Oriente Médio que coincide com momentos de grande incerteza política na região.

O ministro das Relações Exteriores de Israel Avigdor Lieberman cumprimenta a chanceler da União Europeia Catherine Ashton após reunião em Jeusalém
O ministro das Relações Exteriores de Israel Avigdor Lieberman cumprimenta a chanceler da União Europeia Catherine Ashton após reunião em Jeusalém
Foto: AP

Em uma visita de menos de 24 horas, Ashton seguiu uma acirrada agenda, encontrando-se com o presidente palestino, Mahmoud Abbas e o primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Salam Fayyad, além de Benjamin Netanyahu e Avigdor Lieberman, respectivamente chefe de governo e ministro de Relações Exteriores de Israel.

A visita faz parte de uma viagem mais ampla ao Oriente Médio, na qual Ashton já foi à Tunísia (onde se encontrou com as novas autoridades do país) e ainda deverá ir a Beirute (Líbano) e Amã (Jordânia).

Em seus encontros com as autoridades israelenses e palestinas, Ashton pediu às partes a retomada do processo de paz que foi iniciado em setembro do ano passado com mediação americana e ficou estagnado em cerca de um mês devido à recusa israelense em frear a expansão das colônias judias no território palestino ocupado da Cisjordânia, informaram fontes da delegação europeia.

Os palestinos abandonaram o diálogo (que tinha como objetivo a chegada de um acordo em um ano para a solução do conflito e a criação de um Estado palestino independente) após o reinício dos trabalhos de construção nas colônias em 27 de setembro.

Os palestinos não atenderam desde então aos apelos israelenses e da comunidade internacional para reiniciá-lo.

A chefe da diplomacia europeia também debateu com os líderes regionais sobre as mudanças políticas que estão acontecendo no Oriente Médio e o rumo que poderão tomar.

Os dirigentes israelenses advertiram reiteradamente sobre o risco que a mudança de regime no Egito e um aumento do radicalismo islâmico na região ponham em perigo o tratado de paz assinado em 1979 com Israel.

Segundo a agência de notícias palestina Wafa, o presidente Abbas reiterou a Ashton sua recusa em retornar à mesa de diálogo enquanto prosseguir a atividade nos assentamentos judaicos em território ocupado.

A alta representante, por sua vez, confirmou ao presidente palestino o compromisso europeu com o apoio ao desenvolvimento das instituições que permita levar à criação de um Estado palestino viável.

O primeiro-ministro Fayyad também pediu a Ashton que a União Europeia exija a Israel que cumpra as leis internacionais e ponham fim à ocupação que é, a seu entender, "o elemento de maior instabilidade na região", informou a agência.

Fayyad enfrenta atualmente a tarefa de formar um novo governo que incorpore representantes das distintas facções políticas palestinas, cuja principal preocupação será a organização de eleições legislativas e presidenciais convocadas para setembro deste ano.

Por outro lado, em seu encontro com a alta representante, o ministro israelense Lieberman pediu à UE que, antes de exigir a Israel a resolução de seu conflito com os palestinos, a comunidade internacional resolva o problema do Irã, informa a imprensa local.

Lieberman se queixou a Ashton que a comunidade internacional "não entende um problema e uma ameaça que afeta a região e o mundo inteiro", um fato que considera "inaceitável", ao entender que a verdadeira urgência está no debate sobre o programa nuclear do Irã.

"Por favor, tentem resolver este problema primeiro, e então nossa disposição em assumir riscos na solução do problema palestino será maior", disse o israelense a Ashton.

EFE   
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