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Oriente Médio

Rússia: arrogância dos EUA atrapalha luta contra terrorismo

30 dez 2015 - 09h11
(atualizado às 11h15)
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Foto: EFE

A arrogância dos Estados Unidos, que impõe suas condições à coalizão internacional que bombardeia os jihadistas na Síria e no Iraque, atrapalha a luta contra o terrorismo, lamentou o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em uma entrevista ao canal de televisão "Zvezda".

"O fator que não ajuda é a consciência de monopólio que os americanos têm de si mesmos. Só lutam contra o terrorismo da forma como eles decidem. E se sentem capazes de convencer os demais", disse.

A coalizão internacional que os EUA lideram na Síria e no Iraque, acrescentou, está formada sob o prisma americano, que nega qualquer legitimidade ao presidente sírio, Bashar al Assad, e portanto rejeita qualquer acordo com as autoridades do país.

Muitos membros da coalizão, "incluídos membros europeus da Otan, queriam fazer as coisas bem, ir ao Conselho de Segurança da ONU para pedir autorização à comunidade internacional, mas os EUA insistiram que Assad é ilegítimo e que com ele não pode haver acordo algum", apontou Lavrov.

"A arrogância da coalizão dirigida pelos EUA, que diz saber onde estão os terroristas na Síria, onde acreditam poder bombardear sem pedir permissão ao governo" de Damasco, denunciou Lavrov, permite ao governo turco, que entrou com suas tropas no norte do Iraque apesar da oposição de Bagdá, atuar com a mesma impunidade.

Na Síria "há um ditador, seus dias estão contados. Vamos bombardear sem perguntar a ninguém", afirmou Lavrov, descrevendo o que considera ser a atitude dos EUA em relação à Síria. Ele acrescentou que a mesma arrogância é mostrada pelos turcos em relação ao Iraque.

"Os turcos dizem mais ou menos o mesmo. Se não fosse pela atitude dos EUA em direção à Síria, a Turquia não atuaria agora de forma tão descarada em relação ao Iraque", ressaltou.

A Rússia, que presta apoio aéreo à ofensiva terrestre do exército sírio, se considera o único país com legitimidade para intervir no conflito armado sírio, pois só iniciou sua operação depois de um pedido do governo de Damasco.

Os Estados Unidos, enquanto isso, responderam com uma taxativa negativa a proposta formulada na Assembleia Geral da ONU pelo presidente russo, Vladimir Putin, que pediu a criação de uma ampla coalizão internacional contra o Estado Islâmico que inclua o exército sírio.

Os EUA toleram a intervenção russa no país árabe, mas se negam a compartilhar informação com Moscou e acusam os russos de terem entre seus alvos não só jihadistas, mas também a oposição armada moderada que quer derrubar Assad.

EFE   
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