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Oriente Médio

Árabes visam queda de Assad com plano similar ao do Iêmen

22 jan 2012 - 20h20
(atualizado às 20h57)
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A Liga Árabe abriu neste domingo a porta de saída do presidente sírio, Bashar Al Assad, ao pedir que o mesmo transfira seus poderes ao vice-presidente para a formação de um Governo de união nacional, o qual deve dirigir o país em direção as eleições livres.

Em uma solução muito semelhante a que o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) propôs para o Iêmen - que supôs a renúncia "de fato" do presidente iemenita, Ali Abdullah Saleh -, os países árabes traçaram um completo plano para acabar com a crise na Síria, que se estende desde o mês de março de 2011.

O próprio chefe do grupo de contato para a Síria da Liga Árabe, o ministro das Relações Exteriores do Catar, Hamad bin Yassin bin Jaber al Thani, destacou em entrevista coletiva que esta Mapa de Caminho é "similar" ao aplicado no Iêmen.

O comunicado da Liga Árabe, que se reuniu neste domingo no Cairo para avaliar o relatório final de sua missão de observadores na Síria, propôs de forma inesperada um plano que articule o início de um diálogo entre oposição e o Governo já nas próximas semanas. A ideia é a formação de um executivo de união nacional.

Este Governo, que deverá estar constituído em um prazo de dois meses, será dirigido por uma pessoa de consenso, já que o mesmo deve aplicar o plano articulado pela organização pan-árabe e preparar as eleições parlamentares e presidenciais sob supervisão árabe e internacional.

O organismo exige que Assad transfira seus poderes ao seu vice-presidente para que "este coopere com o Governo de unidade e desenvolva seu trabalho no período transitório".

O plano prevê também que o futuro Governo designe uma comissão que se encarregue da redação de uma nova constituição, a qual também deverá ser aprovada em plebiscito.

A partir da nova constituição, as autoridades deverão criar uma nova lei eleitoral em um prazo de seis meses e, posteriormente, convocar as eleições presidenciais, o plebiscito constitucional e as eleições legislativas.

Segundo o ministro das Ralações Exteriores do Catar, a Liga Árabe levará esse Mapa de Caminho ao Conselho de Segurança da ONU, além de pedir formalmente ao órgão internacional que adote o plano como via de solução para a crise na Síria.

O Mapa de Caminho foi anunciado depois que os ministros examinassem o relatório da missão de observadores árabes na Síria, a qual deverá ser prorrogada em um mês.

No entanto, a Liga Árabe voltou a reivindicar a libertação dos presos, a retirada das tropas das cidades, a permissão para os observadores e a imprensa para se movimentarem com liberdade e a autorização de manifestações pacíficas.

Na entrevista coletiva, o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Al Arabi, assegurou que "já houve uma redução na violência e que os compromissos estipulados foram cumpridos parcialmente. Porém, a missão necessita de mais tempo e, por isso, a Liga Árabe decidiu continuar e prolongar essa ação".

O Conselho Nacional Sírio (CNS), a maior coalizão opositora no exílio, encontra-se reunido em um hotel do Cairo para elaborar uma resposta ao plano árabe.

Neste domingo, os opositores também divulgaram um relatório completo sobre a situação no país, o qual mostra que aproximadamente 6,6 mil civis morreram na Síria desde o início da revolta contra o regime de Assad, em março de 2011.

Entre as vítimas registradas, 306 são mulheres e 448 menores de idade, enquanto mais de 20 mil pessoas ficaram feridas pela repressão das forças leais ao regime.

EFE   
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