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Oriente Médio

Após ser alvejada, equipe da ONU visita região de suposto ataque químico

26 ago 2013 - 10h49
(atualizado às 21h01)
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Inspetores da ONU anotam relatos de testemunhas do suposto ataque com armas químicas
Inspetores da ONU anotam relatos de testemunhas do suposto ataque com armas químicas
Foto: AFP

Inspetores de armas químicas da ONU visitaram na segunda-feira vítimas de um suposto ataque com gás e colheram amostras para exames, depois de terem sido alvo de disparos contra o seu comboio a caminho dos subúrbios de Damasco.

Um médico sírio na localidade de Mouadamiya, dominada por rebeldes, disse à Reuters que os investigadores da ONU cruzaram a linha de combate vindos da capital, que permanece sob controle das forças do presidente Bashar al Assad, enquanto vários subúrbios estão dominados por rebeldes.

A ONU disse que o ataque danificou um veículo, mas não houve relatos de vítimas. Depois de visitarem o local do suposto ataque químico, os inspetores voltaram ao hotel em Damasco, segundo uma testemunha da Reuters.

A oposição síria diz que as forças governamentais mataram centenas de civis em um ataque com gás na madrugada de quarta-feira, num fato que levou potências ocidentais a cogitarem ações militares contra Assad. O governo sírio, com apoio da Rússia e do Irã, negou ter cometido o ataque com gás.

"Estou com a equipe agora", disse o médico, que se identifica como Abu Karam, por telefone à Reuters. "Estamos na mesquita Rawda, e eles estão reunidos com os feridos. Nossos profissionais médicos e os inspetores estão conversando com os pacientes e colhendo amostras das vítimas agora."

Os inspetores também planejam recolher amostras dos cadáveres.

Outro ativista da oposição disse que uma multidão estava se reunindo para expor sua insatisfação à equipe da ONU.

Membro da equipe de investigação da ONU fotografa cápsula metálica durante visita à periferia de Damasco
Membro da equipe de investigação da ONU fotografa cápsula metálica durante visita à periferia de Damasco
Foto: AP

Em nota, a ONU disse que o primeiro carro do comboio, que tinha seis veículos, foi "deliberadamente alvejado múltiplas vezes por atiradores não-identificados na zona tampão" entre as áreas controladas pelo governo e pelos rebeldes. Os ocupantes do veículo alvejado precisaram então passar para outro carro.

"É preciso salientar que ambos os lados precisam ampliar a sua cooperação para que a equipe possa realizar em segurança seu importante trabalho", acrescentou a nota.

A Síria havia autorizado no domingo que os inspetores fossem aos subúrbios supostamente bombardeados. A TV estatal atribuiu o ataque conta a ONU a "terroristas" rebeldes, enquanto a oposição culpou milicianos pró-Assad. Há temores de que qualquer demora no acesso às áreas supostamente bombardeadas com gás inviabilizem a coleta de provas.

O comboio da ONU ao deixar hotel em Damasco
O comboio da ONU ao deixar hotel em Damasco
Foto: AP

Há crescentes especulações de que a Otan pode usar mísseis de cruzeiro para satisfazer aos apelos por uma ação que proteja os civis sírios. O secretário norte-americano de Defesa, Chuck Hagel, disse que essa operação, se ocorrer, dependerá de uma coordenação entre os aliados ocidentais.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, abreviou uma viagem de férias para discutir o assunto com seus principais assessores de segurança.

Hagel disse em entrevista coletiva que "os Estados Unidos estão examinando todas as opções com relação à situação na Síria. Estamos trabalhando com nossos aliados e com a comunidade internacional".

"Estamos analisando a inteligência. E vamos chegar aos fatos. E, se alguma ação for realizada, será em comum acordo com a comunidade internacional e dentro do marco da justificativa legal", acrescentou.

Uma fonte graduada dos EUA disse que Hagel pretende discutir a questão com colegas da Grã-Bretanha e França.

O chanceler francês, Laurent Fabius, disse na segunda-feira que o poder de veto da Rússia e da China no Conselho de Segurança da ONU fará com que dificilmente haja um acordo na entidade que atenda ao direito internacional.

Já seu colega britânico, William Hague, afirmou que esse desacordo não deve evitar uma resposta àquele que pode ter sido o pior ataque com gás no mundo em 25 anos.

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