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Oriente Médio

Após anúncio de diálogo de paz, violência causa 15 mortes no Afeganistão

20 jun 2013 - 12h13
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Pelo menos 15 pessoas - dez delas insurgentes - perderam a vida em combates e atentados nas últimas 24 horas no Afeganistão, onde a violência não foi reduzida apesar do anúncio de um diálogo entre EUA e talibãs no Catar.

O incidente de maior envergadura ocorreu na província central de Logar, onde um bombardeio da missão aliada (Isaf) causou a morte de nove rebeldes e deixou outros seis feridos, explicou nesta quinta-feira um subcomissário da polícia regional, Rais Khan.

As forças estrangeiras lançaram o ataque aéreo depois que um grupo de insurgentes se concentrasse na zona de Alozai com o objetivo de assaltar um posto de controle.

Outros episódios violentos também foram registrados em outras regiões do país asiático, principalmente nas regiões orientais próximas à fronteira com o Paquistão.

Dois funcionários governamentais e um dos serviços secretos afegãos morreram devido à explosão de uma bomba na cidade de Jalalabad, informou uma fonte oficial consultada pela Agência Efe.

Confrontos entre insurgentes e forças de segurança também foram registrados na provincia de Laghman, os quais causaram a morte de um fundamentalista e deixaram um número indefinido de feridos.

Além disso, de acordo com a agência "AIP", dois soldados afegãos morreram em ataques em outros pontos do país.

Estas ações armadas chegam em meio a uma nova tentativa da comunidade internacional de iniciar um processo de diálogo com o movimento fundamentalista talibã para encontrar uma solução ao conflito afegão, enquistado há mais de uma década.

Os talibãs abriram na última terça-feira um escritório em Doha, capital do emirado do Catar, com o objetivo realizar uma série de reuniões com esta incumbência.

A iniciativa, no entanto, não agradou o governo do presidente afegão, Hamid Karzai, já que serão os EUA e não Cabul que liderará as conversas com os rebeldes. No entanto, Washington argumenta que seu papel é apenas o de mediador.

O Executivo de Karzai - tachado sempre de "títere" pelos discípulos do mulá Omar - suspendeu ontem as negociações de segurança com os EUA e ameaçou a não participar do processo de paz.

Por conta desse mal-estar, o secretário de Estado americano, John Kerry, ligou duas vezes nas últimas horas a Karzai para diminuir a tensão em torno dos diálogos de paz.

Kerry deve visitar Doha neste fim de semana, embora a agenda enviada à imprensa apresente apenas encontros com as autoridades do Catar.

Mais de 11 anos depois da invasão dos EUA, a qual desencadeou a queda do regime talibã, a guerra afegã se encontra em uma das fases mais sangrentas.

Essa nova tentativa de diálogo vem à tona um ano antes das tropas de combate da Otan concluírem sua retirada gradual do país asiático e no meio da incerteza sobre qual será sua presença no território depois de 2014.

EFE   
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