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Oriente Médio

Annan e Rússia acreditam que ainda é possível salvar missão síria

17 jul 2012 - 14h37
(atualizado às 15h01)
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O mediador internacional para a Síria, Kofi Annan, junto a dirigentes russos, defendeu nesta terça-feira que ainda é possível alcançar um compromisso diante do Conselho de Segurança da ONU, que, por sua vez, deve decidir até sexta se prorroga ou não a missão de observadores no país árabe.

"Esperamos que os membros do Conselho de Segurança encontrem uma fórmula aceitável para todos", disse Annan, ao lado do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, depois da reunião com o presidente Vladimir Putin.

Annan disse que confia no Conselho e espera soluções para a situação da Síria. "Confio que o Conselho emita uma mensagem clara de que os assassinatos devem terminar e que a situação no país é intolerável".

Lavrov, por sua vez, disse que espera um consenso por parte do Conselho. "Alcançamos um difícil consenso (na conferência de paz) em Genebra e não vejo razões para que não possamos alcançá-lo no Conselho de Segurança. Estamos dispostos a isso".

As consultas de Annan em Moscou coincidem com o agravamento dos confrontos entre as tropas do regime do presidente sírio, Bashar al Assad, e a oposição armada.

O enviado especial da ONU para a Síria declarou que é preciso concentrar-se "nas medidas que devem ser tomadas para pôr fim à violência e aos massacres" no país árabe.

A comunidade internacional debate neste momento, na ONU, entre a opção ocidental de ameaçar o presidente Sírio com sanções, caso não seja cumprido o plano de paz proposto por Annan, ou prorrogar a missão internacional dos observadores da ONU no país árabe, como propõe a Rússia.

Diante da crescente violência no país e do aumento do ceticismo por parte da oposição armada, dos países da região e das potências ocidentais, Annan chegou a Moscou nesta segunda para buscar apoio aos 300 observadores que estão em missão na Síria.

Os Estados Unidos e seus aliados apresentaram um projeto de resolução perante o Conselho de Segurança que inclui ameaças de sanções e, inclusive, a intervenção externa da aplicação do artigo 7 da Carta das Nações Unidas, caso Damasco não atenda imediatamente os seis pontos do plano de paz proposto por Annan.

Moscou, por outro lado, pede a prorrogação do mandato de paz e a ampliação das competências da missão da ONU, deixando claro que rejeita categoricamente qualquer alusão a sanções ao regime sírio.

A postura da Rússia, que também é compartilhada pela China, se traduzirá em um veto a qualquer resolução do Conselho de Segurança que contenha ameaças de sanções contra as autoridades sírias, ressaltou o embaixador russo junto à ONU, Vitaly Churkin.

Vladimir Putin também afirmou que a Rússia fará de tudo para respaldar os esforços de Annan na busca de uma solução pacífica ao conflito. "Desde seus primeiros passos como enviado especial do secretário-geral da ONU e da Liga Árabe, apoiamos seus esforços para restabelecer a paz civil (na Síria)", disse.

Diante deste contexto, o mediador internacional ressaltou que sua visita a Moscou se produz em um momento em que a situação na Síria se encontra em "um ponto de inflexão, em uma encruzilhada".

Há dois dias, os rebeldes lutam contra as tropas leais ao regime de Assad em diversos bairros da capital síria e, segundo a oposição, os confrontos armados chegaram inclusive a alguns setores do centro da cidade.

Durante o encontro de Annan com líderes russos, o ministro Lavrov expôs as propostas que Moscou levará a Nova York, onde o Conselho de Segurança decidirá sobre o futuro da missão de observadores na Síria.

A Rússia deseja que a missão da ONU não se limite só a observar, mas participe ativamente nos trabalhos de mediação no terreno para conseguir o fim dos combates. Desta forma, Moscou propõe que sejam os observadores internacionais que recebam o mandato para negociar a cessação do fogo e a retirada simultânea das tropas.

EFE   
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