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Oriente Médio

Annan alerta para risco de "guerra total" na Síria

2 jun 2012 - 10h59
(atualizado às 16h47)
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O enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) à Síria, Kofi Annan, alertou neste sábado que a Síria está caminhando para uma situação de guerra total. "O espectro de uma guerra total, com dimensão de sectarismo alarmante, aumenta dia após dia", disse Annan em reunião com membros da Liga Árabe.

Navio suspeito de levar armas para a Síria chega ao porto de Iskenderun, após ser interceptado
Navio suspeito de levar armas para a Síria chega ao porto de Iskenderun, após ser interceptado
Foto: AFP

Burhan Ghalioun, do Conselho Nacional Sírio - órgão de oposição ao governo de Bashar al-Assad - disse que "com seu suporte ao regime e à permanência de Assad, a Rússia tornou-se parte do problema mais do que parte da solução. Se a Rússia cooperar para que se encontre uma fórmula que faça Assad sair, então vai se tornar parte da solução", disse o oposicionista.

Segundo a agência de notícias oficial catariana "QNA", Annan ressaltou que os eventos e a situação na Síria chegaram a ser inaceitáveis para o povo sírio, para a região e para a comunidade internacional. "Nosso sentimento se dirige ao povo sírio em solidariedade pelo sofrimento que durou mais do que deveria. O povo necessita agora o fim da violência", manifestou Annan, ex-secretário-geral da ONU.

Ele lembrou que, atualmente, há 291 observadores internacionais desdobrados na Síria para fiscalizar o cumprimento de seu plano de paz e mais de 90 funcionários da ONU que elaboram relatórios sobre o que ocorre no país.

Annan ressaltou que a missão da ONU trabalha com "coragem e profissionalismo na Síria" e realiza contatos com a oposição política e armada, além de ajudar as partes a cumprir seus compromissos para reforçar as oportunidades de paz e de estabilidade em busca de um processo político.

O plano de Annan de seis pontos inclui, entre outras medidas, um cessar-fogo, a saída das tropas das cidades, a libertação dos presos políticos e o início de um diálogo entre as autoridades e a oposição.

O enviado da ONU reconheceu que seu plano não foi aplicado como deveria e descreveu a situação como "complicada". Por isso, exigiu responsabilidade às partes envolvidas e destacou a importância de que o regime do presidente Bashar al-Assad cumpra sua parte para demonstrar "seriedade".

"Falei às claras com o presidente sírio durante minha última visita a Damasco, especialmente sobre o massacre de Houla, e lhe disse que a crise chegou a um ponto de inflexão", explicou Annan, que pediu ao líder a aplicação imediata de todos os pontos do plano.

Com informações das agências EFE e Reuters

Fonte: Terra
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