Amigos da Síria querem proporcionar ajuda militar à oposição
O grupo Amigos da Síria pediu neste sábado, durante uma reunião realizada em Doha, que seus membros proporcionem ajuda militar à oposição do país.
Em entrevista coletiva ao término da conferência, o ministro das Relações Exteriores catariano, Hamad bin Jassim bin Jaber Al-Thani, destacou que "o equilíbrio no terreno é importante, assim como a ajuda militar à oposição para que melhore sua situação".
Por isso, "pedimos a nossos amigos que intervenham de forma rápida para salvar a situação", acrescentou.
Al-Thani ressaltou que os países Amigos da Síria estão de acordo na necessidade de uma intervenção rápida nesse país, mas não esclareceu detalhes a esse respeito.
"Pensamos que a comunidade internacional está atrasada. Esperamos que haja um despertar, principalmente depois da confirmação do uso de armas químicas", comentou o ministro catariano.
Al-Thani afirmou que "há ingerências regionais e internacionais, sobretudo por parte do Hezbollah, que causaram mais derramamento de sangue na Síria".
Deu como exemplo a ofensiva do regime sírio, apoiado por esse grupo xiita libanês, na cidade de Al Qusair, perto da fronteira com o Líbano, e a operação em Aleppo, a segunda maior cidade da Síria.
Por sua parte, o secretário de Estado americano, John Kerry, declarou na mesma entrevista coletiva que "a situação na Síria é inaceitável" e advertiu que um prolongamento da guerra pode decompor o Estado sírio e ocasionar uma maior violência sectária.
Kerry defendeu a busca de uma solução política ao conflito porque uma via militar "pode prejudicar os sírios".
O secretário de Estado americano disse ainda que os Amigos da Síria estão de acordo em fornecer mais ajuda à oposição e em oferecer uma maior assistência a Jordânia, Turquia e Líbano para atender os refugiados sírios.
"Os países que apoiam à oposição síria vão atuar para pôr fim à falta de equilíbrio através de um aumento do apoio político e militar aos opositores", apontou.
Kerry reiterou o compromisso americano para que seja realizada a conferência de Genebra II, cuja data ainda não foi fixada, para encontrar uma solução política ao conflito.