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Oriente Médio

Amigos da Síria discutem se irão armar rebeldes no país

22 jun 2013 - 09h16
(atualizado às 09h31)
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Os principais países que apoiam a oposição síria analisam neste sábado em Doha a concessão aos rebeldes de uma ajuda militar, crucial para deter o avanço das forças do regime de Bashar al-Assad.

O secretário de Estado americano, John Kerry, pediu mais apoio à oposição síria para acabar com o "desequilíbrio" existente entre as forças do regime e os combatentes rebeldes, enquanto o primeiro-ministro do Qatar fez um apelo para que a oposição seja armada. Segundo sheik Hamad Ben Jassem Al-Thani, uma solução política para o conflito "só pode acontecer se houver um equilíbrio no terreno para que o regime aceite negociar" a paz.

"Devemos levar todo tipo de apoio às forças de oposição", acrescentou, ressaltando que o "fornecimento de armas é o único meio de restabelecer a paz" na Síria. Kery foi mais prudente e, apesar de não falar de um fornecimento de armas, pediu para que cada "país reunido aqui, cada um a sua maneira, aumente sua ajuda à oposição política e militar".

Londres ainda "não decidiu" armar a rebelião síria, segundo o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, pouco antes da abertura da reunião do Grupo de Amigos da Síria. "Sobre a questão de saber se devemos prestar uma assistência letal para a oposição síria, a posição continua a mesma: ainda não tomamos tal decisão", declarou Hague à imprensa.

Representantes dos 11 países do grupo de "Amigos da Síria" se reuniram ao meio-dia em um grande hotel em Doha, longe dos holofotes, segundo os participantes.

Os rebeldes sírios esperam resultados positivos desta reunião, a qual participam os chefes da diplomacia americana, John Kerry, e da francesa, Laurent Fabius. Jordânia, Arábia Saudita, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Turquia e Egito também estão representados.

"A única solução (para lutar contra) o regime de Bashar Al-Assad é armar o Exército Sírio Livre (ESL) a fim de proteger os civis", declarou à Al Jazeera Louai Safi, porta-voz da coalizão de oposição.

"Esperamos uma mudança radical" durante a reunião de hoje, disse ele, acrescentando que os países árabes presentes na reunião "terão uma posição fundamental" sobre o fornecimento de armas.

Uma fonte diplomática ocidental indicou por sua vez que o chefe do Estado-Maior do ESL, o general Salim Idriss, "apresentou uma lista de demandas de armas que deverá ser discutida na reunião". "Mas não devemos esperar um anúncio sobre as armas" no final da reunião, segundo a fonte.

O porta-voz do ESL Louai Moqdad havia dito na sexta-feira que suas tropas receberam recentemente do exterior certa quantidade de armas "modernas", que poderiam "mudar o curso da batalha".

"Nós pedimos treinamento intensivo" sobre essas armas, afirmou.

Os rebeldes exigem armas pesadas para proteger áreas civis do poder de fogo do regime, que tenta recuperar redutos rebeldes em Damasco e Aleppo (norte), após retomar o controle, no início de junho e com a ajuda do Hezbollah, da cidade de Qousseir, reduto rebelde estratégico.

Burhan Ghalioun, membro da oposição, confirmou à AFP que a ESL recebeu "armas sofisticadas", citando "um sistema de defesa anti-aérea".

"Este sistema é de fabricação russa", declarou à AFP, sob condição de anonimato, outra fonte da oposição que não quis identificar os países fornecedores.

Até o momento, os países ocidentais estão relutantes à ideia de fornecer armas aos rebeldes, para que não caiam nas mãos de extremistas.

Considerando que a Síria tinha cruzado a "linha vermelha", usando armas químicas, a Casa Branca anunciou na semana passada apoio militar aos rebeldes, sem dar mais detalhes.

Por sua vez, os países europeus retiraram no final de maio o seu embargo sobre as armas aos rebeldes, mas se comprometeram em adiar a decisão sobre o fornecimento de fato para 1º de agosto, a fim de dar chances a uma possível conferência internacional de paz.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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