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Oriente Médio

Ajuda humanitária parte rumo a Gaza e tentará romper bloqueio

27 mai 2010 - 14h17
(atualizado às 14h41)
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Uma frota internacional partiu nesta quinta do porto de Antalya (no sul da Turquia) rumo a Gaza com cerca de 15 mil t de ajuda humanitária para a necessitada população do território palestino. A frota é a maior até agora neste tipo de iniciativa.

"O objetivo principal é tentar romper o bloqueio israelense que Gaza sofre e ajudar o milhão e meio de pessoas que vivem ali", explicou à Agência Efe Manuel Tapial, membro da ONG Associação Cultura, Paz e Solidariedade Haydée Santamaría, antes de partir de Istambul.

No sábado passado partiram dois navios de carga e um de passageiros e atracaram na terça-feira em Antalya, onde recolheram hoje outros 500 membros da expedição, entre ativistas, políticos, intelectuais e jornalistas, de 40 nacionalidades diferentes.

Os navios se unirão com outros seis navios procedentes da Grécia.

No total serão nove navios com 750 pessoas a bordo, incluindo 35 deputados, em sua maioria de países árabes. A expedição foi organizada pela Campanha Europeia para Acabar com o Assédio de Gaza (ECESG) e a ONG turca IHH.

As ONGs participantes lembram que a Faixa de Gaza é uma das áreas com mais densidade de população do mundo, mas se encontra cercada pelo bloqueio de Israel, que construiu altos muros para rodear o território palestino.

Tapial assegurou que Israel impede a entrada de produtos e provisões básicas, o que provocou uma queda nos investimentos estrangeiros, e obrigou a maioria das fábricas de Gaza a fechar.

Durante os dias prévios à partida da frota, o palestino Mazen Kehil, membro da ECESG, lembrou que só por causa do bloqueio, 700 pessoas morreram em Gaza.

Em entrevista coletiva no sábado passado, o presidente da IHH, Bülent Yildirim, comparou o tratamento que os palestinos sofrem com o que os judeus tiveram que suportar na Alemanha Nazista e explicou que desde 2005, 3.719 palestinos morreram nas mãos das forças de segurança israelenses, enquanto 112 israelenses perderam a vida nas mãos de grupos palestinos.

"Estamos envergonhados do silêncio de nossos Governos", disse o ativista grego Vangelios Pissias.

A frota de navios transporta provisões médicas, material de construção, escolar e veículos para incapacitados.

Seus ocupantes também penduraram imensos cartazes nos laterais em que se lê "Ajuda Humanitária", para deixar bem clara sua missão.

Mesmo assim, Tapial se mostra pessimista sobre a possibilidade de que a frota alcance seu objetivo.

"Tudo indica que Israel nos bloqueará em alto-mar. De fato, falei com diplomatas espanhóis em Israel e nos confirmaram que as autoridades israelenses não nos deixarão passar", afirmou.

O ativista acrescentou que, segundo as informações que recolheu com fontes em Israel, o Governo de Tel Aviv está construindo um centro de detenção no porto de Ashdod para os membros da frota e que o Egito também poderia participar do bloqueio dos navios com destino a Gaza.

"A carga dos navios foi comprovada por organizações internacionais independentes; é certo que os navios não levam outra coisa que não ajuda humanitária", queixam-se os organizadores sobre as dúvidas de Israel sobre o verdadeiro objetivo desta iniciativa.

"No caso de nos bloquearem, Israel estaria violando as leis internacionais de livre trânsito marítimo já que nós não temos intenção de passar por águas israelenses. Além disso, violaria a Convenção de Genebra sobre ajuda humanitária", denunciou o ativista espanhol.

EFE   
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