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Oriente Médio

Ahmadinejad anuncia que ordenou enriquecimento de urânio

7 fev 2010 - 06h19
(atualizado às 10h00)
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O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou neste domingo que ordenou ao Organismo da Energia Atômica que inicie o processo de enriquecimento de urânio a 20%.

Ahmadinejad usa óculos de proteção durante visita a um laboratório de ciência e tecnologia, em Teerã
Ahmadinejad usa óculos de proteção durante visita a um laboratório de ciência e tecnologia, em Teerã
Foto: Reuters

Em discurso transmitido pela televisão estatal, o presidente precisou que essa ordem não significa que seu país tenha renunciado à negociação sobre suas instalações nucleares.

"Iniciem o enriquecimento do urânio a 20%, enquanto nós estamos dispostos a negociar para a troca de combustível nuclear", disse o líder ao presidente do citado organismo, Ali Akbar Salehi, presente no ato.

A este respeito, Ahamdinejad se referiu ao prazo de dois meses dado pelo Irã ao Ocidente para resolver a queda-de-braço nuclear e reiterou que seu país "está disposto a dialogar sobre a troca de combustível nuclear".

"Nós começamos (o enriquecimento) embora o caminho da negociação continue aberto", destacou. Além disso, revelou que os cientistas iranianos conseguiram desenvolver uma tecnologia que permite enriquecer o urânio através da técnica laser.

"O laser permite separar os átomos, o que significa que pode servir para enriquecer o urânio com o grau que um queira... Mas por enquanto não pensamos utilizar este método de enriquecimento", explicou.

"Para enriquecer o urânio temos centrífugas que se Deus quiser poderemos utilizar para enriquecer 20% e ser auto-suficiente", detalhou.

As declarações do presidente abrem um novo capítulo na inflamada queda-de-braço que o Irã mantém uma inflamada queda-de-braço com grande parte da comunidade internacional por causa das suspeitas levantadas por seu programa nuclear.

Países como Estados Unidos, Israel, França, Alemanha e Reino Unido acusam o regime iraniano de esconder, sob seu esforço atômico civil, um projeto de natureza clandestina e aplicações bélicas cujo objetivo seria a aquisição de um arsenal nuclear, alegação que o Irã rejeita.

O conflito se agravou no final do ano passado depois que Teerã rejeitou uma proposta de Washington, Paris e Moscou para enviar seu urânio a 3,5% ao exterior e recuperá-lo tempo depois enriquecido a 20%, nas condições necessárias para manter operacional seu reator nuclear civil na capital.

Em uma aparente mudança de postura, Ahmadinejad assegurou na terça-feira passada que seu país não tem problema algum para enviar o urânio ao exterior.

A declaração conseguiu abrir de novo a brecha entre as grandes potências, e em particular entre Washington e Pequim, que mantêm posturas divergentes sobre a polêmica.

Os EUA pressionava há meses para conseguir que todos os membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas respaldem um endurecimento das sanções políticas e econômicas ao regime dos aiatolás.

Esta mesma semana, o Departamento de Estado americano pediu ao Irã para deixar de lado a incerteza e dar uma resposta definitiva e precisa à questão.

A China assinalou que as palavras de Ahmadinejad significam que ainda existem possibilidades de conseguir uma saída diplomática à crise.

No entanto, parece que o presidente iraniano aposta pelo discurso mais duro. "Utilizam a tecnologia para subjugar os povos. Acreditam que a ciência é monopólio seu", acrescentou.

EFE   
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