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Oriente Médio

Afeganistão assume segurança e Karzai anuncia negociação de paz

18 jun 2013 - 09h37
(atualizado às 10h03)
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O presidente afegão, Hamid Karzai, anunciou nesta terça-feira o envio de uma delegação ao Catar para negociar com o Talibã, enquanto os militares da Otan iniciaram a última fase da transferência das responsabilidades de segurança às forças afegãs, após 12 anos de ocupação.

O anúncio de Karzai é possivelmente o primeiro passo de um processo de paz com os rebeldes islâmicos, e deve ter o apoio de aliados ocidentais do governo.

O Alto Conselho da Paz do Afeganistão vai viajar ao Catar para discutir as negociações de paz com o Talibã, disse Karzai em Cabul, referindo-se a um fórum que ele criou no final de 2010.

Esperamos que nossos irmãos do Talibã também entendam que o processo irá avançar em breve para o nosso país, disse Karzai. O Talibã não se manifestou sobre o anúncio.

Karzai disse que três princípios foram estabelecidos para orientar as discussões que elas sejam transferidas para o Afeganistão imediatamente depois do seu início no Catar; que elas tragam o fim da violência; e que não se tornem uma ferramenta para que terceiros países explorem o Afeganistão.

No mês passado, Karzai conclamou o Talibã a combater os verdadeiros inimigos do Paquistão, no que foi visto como uma indireta ao Paquistão, dias depois de um confronto entre as forças de segurança dos dois países na região da fronteira.

Não houve manifestação imediata por parte do Paquistão, que na década de 1990 ajudou o Talibã a assumir o poder no Afeganistão, e que agora também enfrenta uma insurgência do Talibã paquistanês.

Muitos líderes afegãos dizem que o Paquistão continua ajudando militantes no Afeganistão, vendo-os como uma ferramenta para se contrapor à influência da Índia, tradicional rival de Islamabad.

O Talibã paquistanês é uma entidade separada do Talibã afegão, mas ambos são aliados.

Uma fonte diplomática afegã no Catar disse que o Talibã afegão planeja inaugurar um escritório no país árabe ainda na terça-feira. Isso ajudará a reiniciar as discussões de paz, afirmou a fonte.

Num sinal dos desafios que o Afeganistão enfrentará após a retirada das forças estrangeiras, o que deve acontecer ainda neste ano, uma explosão matou três pessoas e feriu 21 na terça-feira em Cabul. O alvo do atentado foi o político Mohammad Mohaqiq, membro do Conselho de Paz, que escapou ileso.

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