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Ásia

Afeganistão assume segurança total do país; Karzai quer negociar com Talibã

18 jun 2013 - 05h22
(atualizado às 11h03)
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O governo afegão assumiu nesta terça-feira oficialmente o controle da segurança do país, que estava nas mãos da Otan desde 2001, e anunciou o envio de emissários para tentar dialogar com os rebeldes talibãs. "A partir de agora nossas corajosas tropas terão a responsabilidade da segurança e realizarão as operações", disse  o presidente afegão, Hamid Karzai, em discurso.

Rasmussen cumprimenta Karzai após coletiva de imprensa em uma academia militar nos arredores de Cabul
Rasmussen cumprimenta Karzai após coletiva de imprensa em uma academia militar nos arredores de Cabul
Foto: AP

A força internacional da Otan no Afeganistão (Isaf) concluiu a transferência do controle aos afegãos dos últimos distritos ainda sob sua responsabilidade. O fim do processo, que começou em julho de 2011, foi marcado por uma cerimônia oficial em um academia militar dos oficiais de Cabul, na presença do secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, além de Karzai

As forças afegãs "assumem a responsabilidade com determinação, e merecem o apoio de todo o povo afegão", declarou Rasmussen. Em tese, a Isaf terá a partir de agora um papel de apoio, principalmente em caso de ataque aéreo, e de formação dos quase 350 mil membros das forças de segurança afegãs, que incluem soldados, policiais e paramilitares. A grande maioria dos quase 100 mil soldados da Otan no Afeganistão devem abandonar o país até o fim de 2014.

Os Estados Unidos, que compõe dois terços das tropas da Isaf, deixará no país um contingente de soldados, cujo número ainda não foi determinado.

Apesar das expectativas das autoridades, a violência não tem diminuído desde o início da retirada progressiva das tropas internacionais, e muitos analistas têm sérias dúvidas sobre a capacidade das forças afegãs, sobretudo depois de 2014, para lutar contra a rebelião talibã, expulsa do poder em 2001, mas que ganhou terreno nos últimos meses. A situação provoca a temor que o país mergulhe em uma guerra civil uma vez que as tropas estrangeiras deixem o país.

Negociação com Talibã

O presidente afegão Karzai aproveitou a cerimônia e anunciou que enviará emissários ao Qatar para negociar com os rebeldes talibãs com o objetivo de acabar com quase 12 anos de guerra no país. Os talibãs pretendem abrir em breve em Doha, a capital do Qatar, um escritório para facilitar futuras negociações de paz, embora não tenham reagido à nova tentativa do presidente afegão.

Há vários anos o governo tenta iniciar negociações pela via do Alto Conselho para a Paz (HCP), uma instância governamental criada para esta finalidade. Mas os talibãs se recusam a discutir com Karzai, considerado por eles uma "marionete dos Estados Unidos" e, portanto, ilegítimo.

"Nosso Alto Conselho para a Paz irá ao Qatar para falar com os talibãs", declarou Karzai. "Esperamos que a abertura deste gabinete, imediato ou futuro, permita iniciar o quanto antes discussões com o HCP e talibãs", acrescentou. O presidente afegão ressaltou, no entanto, que qualquer discussão de paz deve prosseguir no Afeganistão.

EFE   
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