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Oriente Médio

Abbas decreta três dias de luto devido a ataque israelense

31 mai 2010 - 04h27
(atualizado às 08h10)
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O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, decretou três dias de luto nos territórios palestinos devido ao ataque israelense à "Frota da Liberdade", que se dirigia para a Faixa de Gaza, no qual teriam morrido 14 ativistas, segundo a televisão israelense.

Ativistas internacionais são entrevistados momentos antes de embarcar rumo a Gaza
Ativistas internacionais são entrevistados momentos antes de embarcar rumo a Gaza
Foto: AP

Em comunicado emitido na cidade cisjordaniana de Ramala através da agência oficial palestina Wafa, Abbas não anunciou, no entanto, uma interrupção do diálogo indireto de paz que mantém com Israel. "O que Israel cometeu contra os ativistas da 'Frota da Liberdade' é um massacre", disse Abbas.

Seu porta-voz, Nabil Abu Rudeina, qualificou a ação de "crime contra a humanidade, já que foram atacados ativistas que não estavam armados e tentando romper o bloqueio sobre Gaza fornecendo ajuda".

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) não anunciou, no entanto, uma interrupção do diálogo indireto de paz que mantém com Israel desde princípios de mês.

Seu porta-voz, Nabil Abu Rudeina, qualificou a ação de "crime contra a humanidade, já que ativistas que não estavam armados e tentando romper o bloqueio sobre Gaza fornecendo ajuda foram atacados".

"A agressão israelense terá perigosas consequências na região e no mundo", advertiu Abu Rudeina. Por sua vez, o primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, leu diante das câmaras um comunicado no qual assegura que "nada pode justificar" o "crime" cometido hoje por Israel.

"Esse crime reflete mais uma vez a falta de respeito de Israel pelas vidas de civis inocentes e pelo direito internacional", acrescentou.

Um dos principais assessores de Abbas, o chefe negociador palestino Saeb Erekat, qualificou o ocorrido de "crime de guerra" que "confirma que Israel age como um Estado acima da lei". Ele pediu uma resposta "rápida e apropriada" da comunidade internacional.

"Eram embarcações civis, que levavam civis e bens civis - remédios, cadeiras de rodas, comida, materiais de construção - para os 1,5 milhão de palestinos fechados por Israel. Muitos pagaram com suas vidas. O que Israel faz em Gaza é horrível, nenhum ser humano esclarecido e decente pode dizer algo diferente", apontou Erekat.

A emissora israelense Canal 10 assegura que pelo menos 19 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas no assalto israelense à "Frota da Liberdade", um grupo de seis navios que transporta mais de 750 pessoas com ajuda humanitária para Gaza.

O Exército israelense reconhece em comunicado a morte de dez ativistas durante a tomada de controle das naves, que aconteceu esta madrugada a cerca de 20 milhas da faixa palestina.

Por sua vez, o chefe de governo em Gaza do movimento islâmico Hamas, Ismail Haniyeh, qualificou o ataque como "brutal" e convocou um Dia da Ira, ou seja, que os palestinos tomem as ruas em protesto pelas mortes.

Ele pediu à "comunidade internacional, principalmente as Nações Unidas, que ajam o mais rápido possível para proteger os navios e os ativistas e pôr fim ao bloqueio" que mantém Israel sobre Gaza há anos com a cooperação do Egito.

Além disso, pediu a Abbas que suspenda "imediatamente" o diálogo entre israelenses e palestinos com mediação dos Estados Unidos. Representantes da comunidade palestina com cidadania israelense convocaram para amanhã uma manifestação geral.

EFE   
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