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Mundo

ONU diz que nações ricas prometeram acolher 100 mil refugiados sírios

9 dez 2014 - 20h59
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Por Katie Nguyen

Menina síria refugiada prepara chá no campo de refugiados Al Zaatari, em Mafraq, na Jordânia, perto da fronteira com a Síria, no fim de semana. 07/12/2014
Menina síria refugiada prepara chá no campo de refugiados Al Zaatari, em Mafraq, na Jordânia, perto da fronteira com a Síria, no fim de semana. 07/12/2014
Foto: Muhammad Hamed / Reuters

GENEBRA, Suíça (Thomson Reuters Foundation) - A agência da Organização das Nações Unidas para refugiados declarou nesta terça-feira que governos ocidentais atenderam ao pedido para que acolham mais refugiados sírios de países vizinhos e estimou que, no todo, mais de 100 mil vagas serão oferecidas nos próximos meses.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), que quer reassentar 130 mil sírios fora da região até o fim de 2016, disse que a cifra inclui 62 mil vagas que já foram prometidas por países como Alemanha e Suécia.

O resultado foi criticado pela agência de assistência Oxfam, que afirmou que os Estados ocidentais poderiam ter feito mais.

Desde que as manifestações contra o governo em 2011 descambaram para uma guerra civil, mais de 3,2 milhões de sírios se registraram como refugiados na região, e nações vizinhas como Líbano, Jordânia e Turquia absorveram grande parte da emergência.

Diante dos números alarmantes, os vizinhos da Síria começaram a restringir o acesso das pessoas em fuga do conflito.

“Hoje, 28 países expressaram sua solidariedade com os refugiados sírios, mas também com os cinco países vizinhos que os abrigam, como Líbano, Jordânia, Turquia, Iraque e Egito, oferecendo o que estimamos que serão mais de 100 mil oportunidades de reassentamento e acolhimento humanitário", afirmou o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, António Guterres, a repórteres.

Ele se pronunciou no fim de uma conferência de pedido de ajuda em nível ministerial em Genebra, na qual autoridades de primeiro escalão dos vizinhos da Síria detalharam o fardo financeiro que acolher milhões de sírios está impondo às suas economias, apelando por mais ajuda humanitária e para que mais países aceitem refugiados.

Enfatizando as dificuldades que as comunidades enfrentam para acomodar os milhões de sírios --menos empregos, salários menores, infraestruturas sobrecarregadas, maior exigência de água, eletricidade, educação e serviços de saúde--, Guterres declarou: "Tenho que dizer que o mundo tem uma dívida de gratidão com os países vizinhos que provavelmente nunca poderá pagar ou expressar totalmente."

Como quase metade da população síria está desabrigada dentro do país ou refugiada no exterior, a necessidade de reassentamento irá durar anos.

“Acreditamos que um décimo dos refugiados sírios na região deveria ser reassentado”, disse Guterres.

Entre estes estão os mais vulneráveis, como sobreviventes de tortura, pessoas com necessidades médicas prementes e mulheres que ficaram sozinhas para cuidar dos filhos.

Desde 2013, a Alemanha se comprometeu a receber 30.000 sírios, a Austrália 5.600, a Suécia 1.200 e a Noruega 1.000.

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