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ONU acredita ser possível acabar com discriminação contra mulher até 2030

14 mar 2016 - 18h40
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A Organização das Nações Unidas (ONU) considera que é possível acabar com a discriminação contra a mulher até 2030 se as medidas apropriadas forem tomadas para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), como parte de uma nova agenda de desenvolvimento.

Esse foi a mensagem otimista que marcou a abertura da 60ª sessão da Comissão da Condição Jurídica e Social da Mulher (CSW) nesta segunda-feira, a primeira realizado desde a aprovação das metas que substituem desde o ano passado os Objetivos do Milênio.

"Esta sessão representa o início da contagem regressiva para 2030 e o futuro que queremos, no qual o objetivo é não deixar ninguém para trás. Um futuro onde haja uma verdadeira igualdade de gênero", disse em seu discurso a diretora-executiva de ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka.

Para ela, o mundo tem com a nova agenda de desenvolvimento "uma oportunidade única na vida para acabar com a pobreza e transformar as relações de gênero de forma irreversível para a próxima geração".

Segundo o presidente da Assembleia geral da ONU, Mogens Lykketoft, até o momento a Agenda 2030 já conseguiu "uma mudança da narrativa ao redor da importância da igualdade de gênero".

"A Agenda 2030 reconhece o fato de que a igualdade de gênero é uma condição prévia absoluta para outras mudanças que queremos", disse ele.

Para conseguir essa transformação, a ONU Mulheres reivindicou ações "decididas" e "transformadoras", que permitam acelerar de forma significativa os progressos conseguidos nas últimas décadas.

Como exemplo, Phumzile disse que, no ritmo atual, o mundo levaria 50 anos para alcançar a paridade na participação política e 118 anos para atingir uma verdadeira igualdade na remuneração entre homens e mulheres.

"Para romper estas trajetórias e conseguir um planeta 50-50 em 2030 serão precisos passos fortes", defendeu.

Entre essas medidas, a agência considerou fundamental um aumento significativo dos investimentos em igualdade.

"O ritmo de mudança que vimos durante décadas está diretamente relacionado aos investimentos que fizemos", afirmou ela.

Entre outras, a injeção de recursos financeiros deve dirigir-se a áreas como o desenvolvimento rural e a agricultura, a saúde e a educação pública, os serviços de planejamento familiar, água e saneamento e os programas para acabar com a violência contra as mulheres.

A ONU Mulheres destacou também a importância de fazer os jovens participarem destas iniciativas.

"Há 1,8 bilhão de pessoas com idades dentre 10 e 24 anos no mundo, a maior população jamais vista. A Agenda 2030 é em boa parte sobre eles e para eles", lembrou a diretora.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, insistiu, por sua vez, na necessidade de melhorar a representação feminina nos cargos de decisão em todos os níveis. Nesse sentido, criticou a existência de países que não têm mulheres nos Parlamentos e nos governos e pediu o fim dessa situação.

"Não vou citar hoje os nomes dos países, mas digo: eles sabem quem são. Vou continuar pressionando até o mundo não ter um só parlamento ou governo sem mulheres. Vou estar comprovando até o último dia do meu mandato como secretário-geral", disse Ban.

Segundo o relatório publicado em 2015 pela União Interparlamentar (UIP), Micronésia, Catar, Tonga e Vanuatu são os países que não têm mulheres em seus Parlamentos. A eles se acrescentou agora o Haiti, conforme uma atualização com data de fevereiro de 2016 que essa organização publicou em seu site.

Bósnia, Brunei, Hungria, Paquistão, Arábia Saudita, Eslováquia, Tonga e Vanuatu, por sua vez, não tinham mulheres em seus governos, segundo a mesma entidade.

A Comissão da Condição Jurídica e Social da Mulher acontece na sede das Nações Unidas durante os próximos dez dias. Representantes de países de todo o mundo participaram da abertura. O tema deste ano é o empoderamento das mulheres e o envolvimento para o desenvolvimento sustentável.

EFE   
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