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Mundo

ONU: 57,5 milhões de pessoas precisarão de ajuda humanitária em 2015

8 dez 2014 - 14h29
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As Nações Unidas anunciaram nesta segunda-feira que pelo menos 57,5 milhões de pessoas necessitarão de ajuda humanitária em 2015 no mundo, um recorde histórico, como vítimas de conflitos e desastres naturais.

A secretária-geral adjunta da ONU para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, apresentou em Genebra à comunidade de doadores um pedido de fundos no valor de US$ 16,4 bilhões.

De acordo com Amos, 80% desses recursos seriam utilizados para oferecer ajuda às vítimas de guerras e de outras situações de extrema violência.

Essa realidade se confronta, no entanto, com uma lacuna crescente de financiamento por parte dos doadores, segundo disseram os responsáveis pelas operações humanitárias das Nações Unidas.

Há um ano, a ONU pediu US$ 12,9 bilhões para atender a 52 milhões de pessoas ao longo de 2014, uma previsão que finalmente demonstrou ser moderada demais.

Por essa razão, a ONU atualizou seus requerimentos financeiros com fins humanitários ao longo deste ano, por meio de vários pedidos suplementares de fundos, até chegar a US$ 17,9 bilhões. No entanto, só recebeu US$ 9,4 bilhões - 52% do total.

"A cada ano as necessidades aumentam e cresce a lacuna de financiamento", lamentou a responsável humanitária da ONU em Genebra.

A Síria e seus países vizinhos que recebem mais de três milhões de refugiados sírios serão novamente palco da maior operação humanitária da ONU em 2015, para a qual a organização requer mais de US$ 7,2 bilhões (20% a mais).

Os conflitos no Sudão do Sul, no Sudão e no Iraque farão com que a ONU tente mobilizar em conjunto outros US$ 4 bilhões.

Essas quatro crises concentrarão 70% do esforço financeiro dos organismos humanitários das Nações Unidas, detalhou Amos.

Mas a responsável enfatizou que outros conflitos continuam e também requerem recursos porque "não são crise de segundo nível", entre as quais mencionou Afeganistão, Somália, República Democrática do Congo, Iêmen e Mianmar.

Na mesma entrevista coletiva, o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, António Guterres, sustentou que o aumento das necessidades reflete por sua vez a tendência ao "aumento exponencial" do fenômeno de deslocamento forçado.

Se em 2011 o número de deslocados aumentava diariamente em 14.000 pessoas, a situação piorou em 2012 (23.000), em 2013 (32.000) e "seguramente no final deste ano o número será maior por tudo que está acontecendo no Iraque", disse.

Na segunda metade do ano, ao conflito interno no Iraque somou-se a ofensiva do grupo jihadista Estado Islâmico que dominou partes do norte do país, o que fez com que o número de deslocados superasse os dois milhões.

EFE   
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