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Oriente Médio

Iraque: ofensiva em Tikrit é chave para conter avanço do EI

Segundo governo iraquiano, batalha por Tikrit mobilizou 30 mil homens

2 mar 2015 - 20h11
(atualizado às 21h18)
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<p>Ataque mobilizou 30 mil homens, entre militares e milicianos, em diferentes fronts, com o apoio de caças iraquianos</p>
Ataque mobilizou 30 mil homens, entre militares e milicianos, em diferentes fronts, com o apoio de caças iraquianos
Foto: Yaser Hasan / Reuters

A ofensiva para recapturar a cidade iraquiana de Tikrit, ao norte da capital Bagdá, foi anunciada com pompa pelas autoridades do país, e a televisão estatal mostrou imagens de mísseis sendo lançados enquanto a campanha se desenrolava.

Nesta segunda-feira, as forças do governo iraquiano informaram sobre a retomada de alguns distritos nas proximidades da cidade, anteriormente controlados pelo grupo extremista autodenominado Estado Islâmico (EI).

Segundo a versão oficial, o ataque mobilizou 30 mil homens, entre militares e milicianos, em diferentes fronts, com o apoio de caças iraquianos.

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Inicialmente, houve registros de avanços consideráveis sendo realizados enquanto as forças do governo atacavam Tikrit de várias direções.

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Mas ofensivas recentes sobre os militantes do EI ali fracassaram, apesar de o governo iraquiano reivindicar vitória.

Trata-se, de qualquer forma, de uma batalha de grande importância.

Mossul

Tanto o primeiro-ministro iraquiano quanto os americanos vêm anunciando uma ofensiva ainda mais significativa para os próximos meses com o objetivo de recapturar a maior cidade no norte do Iraque, Mossul, tomada pelo Estado Islâmico em junho do ano passado.

A campanha, no entanto, seria colocada em dúvida se o governo fracassasse em Tikrit, que controla uma estrada estratégica conectando o sul com o norte do país.

O ataque a Tikrit foi anunciado pelo primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi.

"Hoje nós estamos lançando uma grande e importante campanha para liberar os cidadãos da província de Salahuddin, que inclui Tikrit e outras áreas, do controle dos terroristas do Estado Islâmico", disse ele.

"Por isso, eu peço a vocês (comandantes militares) que tratem bem dos nossos cidadãos. Devemos proteger nossos cidadãos e suas propriedades".

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Isso revela uma das preocupações levantadas por esse impulso em terreno de maioria sunita.

Como o Exército iraquiano se fragmentou em junho do ano passado e ainda continua instável, muitos dos ataques estão sendo realizados por milicianos xiitas, apoiados pelo Irã.

Eles estão sedentos por vingança pelas atrocidades cometidas pelo Estado Islâmico em junho, quando centenas de recrutas xiitas foram massacrados.

Em uma província vizinha onde as áreas sunitas foram invadidas por uma combinação similar de forças pró-governo, houve acusações de mortes por vingança e abusos cometidos contra a população sunita pelos milicianos xiitas.

O primeiro-ministro pode pedir moderação, mas não se sabe quanto poder ele tem sobre as forças em solo.

Esse tipo de atuação em Tikrit, caso as forças pró-governo obtenham vitória, terá grandes implicações sobre o que acontecer em Mossul e em outras áreas sunitas ocupadas pelo Estado Islâmico.

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