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Oceania

Polícia invade café tomado por sequestrador em Sydney

​Ao menos onze reféns foram soltos ou escaparam desde o início do incidente, no meio da manhã. Uma das reféns é brasileira

15 dez 2014 - 12h11
(atualizado às 13h50)
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A polícia da Austrália isolou o centro da maior cidade do país, Sydney, nesta segunda-feira, após um homem armado ter entrado em um café, feito reféns e os forçado a exibir uma bandeira islâmica, despertando temores de que seja um ataque jihadista. O lugar foi invadido pelos policiais e parte dos reféns foram retirados do local.

Brasileira está entre os reféns em cafeteria na Austrália
Brasileira está entre os reféns em cafeteria na Austrália
Foto: Facebook / Reprodução

Uma brasileira, de Goiânia, está entre as vítimas do sequestro. A polícia informou ter conhecimento de um homem armado envolvido no incidente no café da chocolateira Lindt, no coração do distrito financeiro de Sydney, mas pode haver mais. Ele foi identificado como Haron Monis, um religioso iraniano que vive na Austrália desde 1996.

Segundo a CNN, duas pessoas foram mortas e outras três ficaram gravemente feridas.

Policiais, inclusive agentes paramilitares, isolaram vários quarteirões no entorno do café, à medida que negociadores tentavam resolver um dos maiores pânicos de segurança na Austrália em décadas.

Atiradores de elite e equipes especiais tomavam posições ao redor do café, e helicópteros da polícia sobrevoavam o local.

<p>Haron Monis, um refugiado iraniano, permanece cercado dentro de um café 15 horas após o início de sequestro</p>
Haron Monis, um refugiado iraniano, permanece cercado dentro de um café 15 horas após o início de sequestro
Foto: CTV News / Twitter

Ao menos onze reféns foram soltos ou escaparam desde o início do incidente, no meio da manhã. Funcionários do local e clientes foram vistos correndo desesperados em direção à polícia após conseguirem sair do local.

Cerca de 9 reféns ainda estavam no interior do café no momento em que a polícia invadiu, de acordo com Chris Reason, repórter do Channel Seven, cujo escritório fica em frente ao café.

"De dentro da redação de Martin Place nós podemos ver um homem armado rodando os reféns, os forçando contra as janelas", disse Reason no Twitter.

O primeiro-ministro Tony Abbott, que foi alertado sobre possíveis planos de militantes de atacar a Austrália, disse que há indicações de que o sequestro tinha motivação política.

Ópera de Sydney foi esvaziada após sequestro em cafeteria:

“Este é um incidente muito perturbador. Entendo a preocupação e a ansideda do povo australiano”, afirmou Abbott a repórteres em Canberra.

A Austrália, firme defensora dos Estados Unidos e da escalada das ações norte-americanas contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria, está em alerta máximo contra atentados de cidadãos que se tornaram militantes e que estão retornando de combates no Oriente Médio.

“Adotamos uma postura que seria consistente com um evento terrorista”, disse Andrew Scipione, comissário de polícia do Estado de Nova Gales do Sul, a repórteres, recusando-se a comentar sobre um possível motivo, o número de agressores ou de reféns.

Imagens divulgadas na imprensa mostraram reféns segurando uma bandeira branca e preta exibindo a Shahada, um testemunho de fé dos muçulmanos. A bandeira se tornou popular entre grupos militantes sunitas como o Estado Islâmico e a Al Qaeda.

O incidente forçou o esvaziamento de edifícios próximos e chocou o país, no qual muitas pessoas voltavam suas atenções à chegada do Natal depois de episódios de violência recentes.

Em setembro, a polícia antiterrorismo evitou uma ameaça iminente de decapitar um cidadão escolhido aleatoriamente, e dias mais tarde um adolescente da cidade de Melbourne foi morto a tiros depois de atacar dois policiais da unidade antirerrorismo com uma faca.

O café sitiado se localiza em Martin Place, um calçadão popular na hora do almoço, que foi revelado como alvo em potencial para a decapitação frustrada.

“Possivelmente estamos lidando com um lobo solitário (militante que age sozinho) que simpatiza com a jihad global ou com alguém com problemas mentais à procura de uma causa”, afirmou Adam Dolnik, professor da Universidade de Wollongong que treinou a polícia de Sydney em negociações de reféns. “Trata-se de chamar a atenção”.

Com informações da Reuters, do Channel Seven e da CNN.

Fonte: Terra
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