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Oceania

Nova Zelândia: prostituta ganha processo por assédio sexual

1 mar 2014 - 04h20
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Uma prostituta ganhou um processo por assédio sexual na Nova Zelândia contra o gerente do bordel onde trabalhava, o que foi considerado como um marco judicial para as profissionais do sexo, informou neste sábado a imprensa local.

O tribunal ordenou uma indenização de US$ 20 mil para a vítima, que não teve o nome divulgado, por danos morais por conta da intimidação sofrida por parte do gerente Aaron Montgomery.

A vítima explicou durante o julgamento que o assédio ocorreu enquanto ela trabalhava como prostituta em um bordel, de propriedade da esposa de Montgomery, entre 2009 e 2010 em Wellington, a capital da Nova Zelândia.

Em sua declaração, a profissional do sexo afirmou que Montgomery fazia comentários sobre seu corpo e contava como gostava de manter relações sexuais com outras meninas do bordel.

Um dia em que a acompanhou até sua casa de carro, o gerente comentou que ia acabar com sua "tranquilidade", o que ela considerou uma ameaça com o objetivo de amedrontá-la e destruir sua autoestima.

Também a repreendia frequentemente por viver com outras prostitutas, já que não queria que suas funcionárias socializassem fora do bordel e falassem sobre o Coletivo de Prostitutas da Nova Zelândia (CPNZ), uma organização dedicada a proteger os direitos da classe.

A prostituta acabou entrando em depressão, que se manifestou através da perda de apetite e do abuso de bebidas alcoólicas.

"Seu autodenominado papel como 'protetor' das profissionais do sexo o levou a se transformar em um explorador, pensando que seu gênero, tamanho e papel com gerente lhe dava licença para fazer o que desejasse e se comportasse como quisesse", declarou o tribunal.

Catherine Healy, coordenadora nacional do CPNZ, disse que a sentença foi possível graças à lei que há 11 anos descriminalizou a prostituição no país e concedeu direitos às profissionais do sexo.

"Acredito que (a sentença) é uma mensagem concreta para aqueles que trabalham em bordéis, que as profissionais do sexo têm direitos e podem exercê-los", opinou Catherine, que destacou a "coragem" da vítima em denunciar o gerente.

EFE   
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