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Oceania

Austrália: organização cristã é acusada de "alugar" crianças para pedófilos

30 jan 2014 - 09h19
(atualizado às 09h20)
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Crianças que viviam em centro gerido pelo Exército da Salvação teriam sido vítimas de abusos
Crianças que viviam em centro gerido pelo Exército da Salvação teriam sido vítimas de abusos
Foto: EFE

Crianças aos cuidados de uma organização cristã australiana foram "alugadas" para pedófilos, segundo denunciou nesta quinta-feira uma testemunha perante a comissão que investiga os abusos sexuais de menores cometidos em instituições do país.

A comissão, que analisa a gestão do Exército de Salvação em quatro de seus centro entre 1966 e 1977, se centrou no lar de Bexley, no subúrbio de Sydney, onde a polícia investiga supostos abusos a menores desde 1990.

O inspetor Rick Cunningham explicou o caso de um homem, identificado como F.V., que em 1974 denunciou à polícia como o superintendente de Bexley, Lawrence Wilson, o apresentou a uma mulher vestida com o uniforme da organização acompanhada de um homem.

O casal levou para casa a então criança e a estupraram, uma agressão que F.V. denunciou a Wilson, que ignorou a queixa e castigou várias vezes o menor como represália, declarou Cunningham segundo informou a rede ABC.

Quando perguntado por advogados do Exército da Salvação sobre a existência de uma rede de pedofilia no abrigo, Cunningham disse que "a informação é que vários ex-moradores que iam para casa nos finais de semana, recebiam visitas em Bexley".

As provas dadas por F.V. derivaram em uma acusação contra Wilson por sodomia, agressão comum e ataque indecente, acusações das quais foi desculpado em 1997, 11 anos antes de sua morte.

Abusos em  Bexley, no subúrbio de Sydney, são investigados desde a década de 90
Abusos em Bexley, no subúrbio de Sydney, são investigados desde a década de 90
Foto: EFE

A comissão, que até a próxima semana analisa o Exército de Salvação, também acusou trabalhadores da organização cristã e internos de maior idade de abusar sexualmente de internos mais jovens.

A criação desta comissão foi anunciada em novembro de 2012 depois que a polícia de Nova Gales do Sul acusou a Igreja Católica de encobrir casos de pedofilia supostamente organizados, tentar silenciar as investigações e de destruir provas cruciais para evitar processos judiciais.

A comissão de seis membros começou as audiências em abril e deverá emitir um relatório no final de junho, antes de concluir seu trabalho em dezembro de 2014.

EFE   
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