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Obama sinaliza aproximação com Mianmar; Hillary visitará país

18 nov 2011 - 09h17
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O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta sexta-feira ver "clarões de progresso" em Mianmar, e determinou que sua secretária de Estado, Hillary Clinton, visite no mês que vem o isolado país para explorar uma reaproximação.

Obama, que está na Indonésia para uma cúpula de países da Ásia e Pacífico, afirmou que conversou pela primeira vez com a líder pró-democracia de Mianmar, a Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, que lhe disse apoiar um maior envolvimento dos EUA com o país, a antiga Birmânia.

Ele disse que a libertação de presos políticos o relaxamento das restrições à imprensa e os sinais de mudanças legislativas nas últimas semanas são "os mais importantes passos rumo à reforma na Birmânia que vimos nos últimos anos".

"Queremos aproveitar o que pode ser uma oportunidade histórica de progresso, e deixar claro que, se a Birmânia continuar a viajar pelo caminho da reforma democrática, poderá forjar uma nova relação com os Estados Unidos da América", disse Obama, que no entanto citou as preocupações dos EUA com os direitos humanos e com a relação de Mianmar com a Coreia do Norte.

"Se a Birmânia não trilhar o caminho da reforma, irá continuar enfrentando sanções e isolamento. Mas, se aproveitar o momento, então a reconciliação poderá prevalecer."

Após quase cinco décadas de regime militar, Mianmar teve eleições no ano passado, e um governo civil tomou posse. Muitos governos ocidentais, no entanto, vinham manifestando dúvidas de que o novo regime estaria comprometido com a democracia.

Mas, num sinal de mudanças efetivas no país, Suu Kyi anunciou nesta sexta-feira que seu partido irá se registrar para disputar uma série de eleições suplementares para o Parlamento. O partido havia sido dissolvido pelo regime militar no ano passado.

Hillary será a primeira chefe do Departamento de Estado dos EUA a visitar Mianmar em mais de 50 anos. Ela irá a Yangun e à capital, Naypyitaw.

A secretária também vai se reunir com Suu Kyi, ganhadora do Nobel da Paz em 1991, e que passou 15 dos últimos 21 anos em prisão domiciliar, até ser libertada há um ano.

Em parte por causa das atuais sanções ocidentais contra investimentos em Mianmar, a China se tornou há décadas a maior aliada do país no cenário internacional, investindo também em infraestrutura - inclusive hidrelétricas, oleodutos e gasodutos para alimentar o apetite energético do sul da China.

Uma fonte oficial dos EUA disse que o governo Obama "espera completamente" que a China aprove o envolvimento norte-americano em Mianmar, e acrescentou que Washington sempre consultará Pequim sobre isso.

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