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Obama insiste que ricos deverão pagar mais impostos para baixar déficit

O presidente norte-americano, Barack Obama, disse nesta sexta-feira que os ricos deverão pagar mais impostos para que seja possível reduzir o gigantesco déficit fiscal do país, em seu primeiro pronunciamento sobre a questão desde que foi reeleito.

9 nov 2012 - 19h35
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WASHINGTON, 9 Nov 2012 (AFP) -O presidente norte-americano, Barack Obama, disse nesta sexta-feira que os ricos deverão pagar mais impostos para que seja possível reduzir o gigantesco déficit fiscal do país, em seu primeiro pronunciamento sobre a questão desde que foi reeleito."Não há atalhos até a prosperidade. Se realmente queremos reduzir o déficit (público federal), devemos combinar cortes de gastos com ingressos e isso significa pedir aos norte-americanos mais ricos que paguem um pouco mais de impostos", disse Obama da Casa Branca.O presidente também anunciou que convidará líderes republicanos e democratas do Congresso à Casa Branca para negociar uma maneira de evitar um ajuste fiscal e o aumento dos impostos conhecidos como "abismo fiscal", no início de 2013, informou um funcionário do governo nesta sexta-feira.Os legisladores convidados na próxima semana serão o presidente da câmara baixa, o republicano John Boehner, o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, e os principais líderes partidários do Congresso. Os diálogos buscarão evitar o "abismo fiscal", uma somatória de cortes de gastos e alta de impostos que serão acionados em primeiro de janeiro de 2013 caso não seja atingido um acordo sobre novos mecanismos para reduzir o déficit público.Especialistas temem que esse cenário possa gerar uma nova recessão.Obama manifestou sua vontade de alcançar um compromisso sobre um plano para reduzir o déficit, mas deixou claro que rejeita o plano dos republicanos de elevar impostos."Esta foi uma questão central durante a eleição. Na terça-feira à noite, soubemos que a maioria dos norte-americanos concorda com a minha abordagem", afirmou."Quero ser claro. Não estou casado com cada detalhe de meu plano. Estou aberto a um compromisso. Estou aberto a novas ideias. (Contudo), rejeito qualquer enfoque que não seja equilibrado", afirmou."Não pedirei a estudantes, aposentados e famílias de classe média para que paguem por todo o déficit, enquanto que pessoas como eu que ganham mais de 250.000 dólares por ano não arquem com nada mais. Não farei isso", afirmou. A luta entre governo e o Congresso e especialmente a Câmara de Representantes, crucial em matéria fiscal e controlada pela oposição, será um teste para a capacidade de Obama de impor sua vontade política. O líder fez campanha sobre o aumento de impostos aos ricos para pagar a redução de déficit e financiar o gasto em educação e em outras áreas que poderiam, segundo Obama, gerar uma economia mais equitativa. O espaço para negociar aberto pelo líder permite um acordo que manteria os impostos para os ingressos, mas que permitiria eliminar algumas deduções de impostos concedidas sobre o retorno dos investidores.Mais cedo, o titular da Câmara, o republicano John Boehner, mostrou-se fiel aos princípios de seu partido, mas também deixou espaço para um compromisso."Esta é uma oportunidade para que o presidente lidere", afirmou. "Este é o momento para comprometer ao Congresso a trabalhar por uma solução que possa ser aprovada pelas duas Câmaras", afirmou."Creio que é importante que alcancemos um acordo com o presidente. Mas esta é sua oportunidade de liderar" a discussão, insistiu.Boehner disse ainda que espera iniciar rapidamente discussões sobre o "abismo fiscal", mas advertiu: "Elevar os níveis de impostos cortará nossa capacidade de criar empregos que todos dizem querer".O líder da oposição, fundamental no manejo da maioria na Câmara de Representantes, disse que há "algumas dúvidas" sobre alguns setores do código fiscal, "tanto corporativas como pessoais", assim como deduções que podem ser eliminadas como forma de incrementar a arrecadação sem afetar o investimento.As negociações da semana que vem na Casa Branca contarão com a participação de Boehner; o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell; o líder dos democratas no Senado, Harry Reid e a líder da minoria na Câmara, a democrata Nancy Pelosi.col/jm/emm/wm

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