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O outro lado da crise migratória: Islandeses abrem suas casas aos refugiados

3 set 2015 - 17h17
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Enquanto os governo europeus discutem uma "divisão justa" dos refugiados que chegam do Oriente Médio e da África a países como Grécia e Itália, muitos cidadãos estão tomando a dianteira e criando iniciativas para ajudá-los.

Vários cidadãos europeus têm dado as "boas-vindas" a refugiados, ante os impasses políticos envolvendo o tema
Vários cidadãos europeus têm dado as "boas-vindas" a refugiados, ante os impasses políticos envolvendo o tema
Foto: (AP)

Na Islândia, por exemplo, mais de 11 mil pessoas se ofereceram para receber refugiados em suas casas.

E há iniciativas similares em outros países - na Alemanha, jovens criaram um site que funciona como o popular site Airbnb, mas que, em vez de atender turistas, disponibiliza quartos para serem alugados por refugiados.

Mas o caso da Islândia chamou atenção após o governo desse país, que tem 332 mil habitantes, ter anunciado que daria refúgio a cerca de 50 pessoas.

A professora Bryndis Bjorgninsdottir criou um grupo no Facebook, onde publicou uma carta aberta pedindo à ministra de Questões Sociais do país, Eygló Haroardóttir, que aceitasse receber um número maior de refugiados.

No texto, ela afirma que criou a comunidade para demonstrar apoio popular ao recebimento dos imigrantes e faz um apelo aos islandeses com experiência em recursos humanos para ajudar os refugiados.

"São nossos futuros parceiros, nossos melhores amigos, o baterista para banda dos nossos filhos, o próximo colega, a Miss Islândia 2022, o carpinteiro que finalmente vai terminar o banheiros, o cozinheiro da cantina, o bombeiro, o apresentador de TV", escreveu Eygló.

O post rapidamente se espalhou e mais de 11 mil pessoas entraram no grupo, oferecendo abrir suas casas e conceder ajuda a refugiados sírios.

"Temos uma cama, brinquedos..."

"Sou uma mãe solteira com um filho de 6 anos. Podemos acolher uma criança", escreveu Hekla Stefansdottir, segundo a agência de notícias AFP.

"Sou professora e posso ensinar uma criança a ler, escrever e falar islandês e também a se adaptar à sociedade islandesa. Temos roupa, uma cama, brinquedos e tudo mais que uma criança precisa."

Outro islandês escreveu: "Quero ajudar uma família a ter a opção de viver uma vida sem preocupações, como é a minha vida. Eu e minha família queremos dar aos refugiados uma casa temporária em Egilssataoir (leste do país), além de roupas e outros tipos de assistência."

Diante da mobilização maciça, o premiê Sigmundur Davío Gunnlaugsson anunciou a formação de uma comissão para reavaliar o número de refugiados que o país vai aceitar.

A ministra de Questões Sociais disse em entrevista à TV estatal que as autoridades estáo lendo as ofertas feitas pelos morados no Facebook e que pode, sim, considerar aumentar a cota de refugiados.

Em 2014, a Islândia acolheu 1.117 imigrantes.

Reino Unido

Em Londres, a escritora Sue Hubbard criou uma petição online no no site Change.org, pedindo que o Reino Unido seja uma "santuário imediato para os que fogem da guerra".

Em dois dias, 65 mil pessoas assinaram a petição. Um outro abaixo-assinado, com 75 mil assinaturas, pede que o governo britânico forneça melhores condições para os refugiados vindos de Calais, norte da França.

Centenas de imigrantes abrigados na França têm tentado atravessar o Canal da Mancha para chegar ao Reino Unido, mas há grande resistência do governo britânico e de parte da população em abrir as fronteiras do país aos refugiados.

Nesta quinta-feira, o premiê britânico, David Cameron, se disse "profundamente comovido" com as imagens do menino sírio de três anos que se afogou em uma praia da Turquia e prometeu cumprir as "responsabilidades morais" britânicas na questão de refúgio.

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