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Dilma faz visita de Estado a França e examina a crise europeia

A crise na Eurozona e a preocupação com o crescimento serão os principais temas na visita de Estado de dois dias a França, iniciada nesta terça-feira, da presidente Dilma Rousseff.

11 dez 2012 - 10h36
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PARIS, 11 dez 2012 (AFP) - A crise na Eurozona e a preocupação com o crescimento serão os principais temas na visita de Estado de dois dias a França, iniciada nesta terça-feira, da presidente Dilma Rousseff.Depois de uma recepção de honra, o presidente francês François Hollande e Dilma Rousseff inaugurarão um "Fórum do Progresso Social", cujo objetivo é "reinstalar o crescimento no centro do debate público mundial".Hollande receberá a colega brasileira no palácio presidencial do Eliseu. Ao fim do encontro bilateral, os dois presidentes concederão uma entrevista coletiva e participarão em um jantar de Estado.A crise econômica na Eurozona, a cooperação bilateral e temas internacionais, como a situação na Síria e Oriente Médio, figuram entre os temas que serão examinados, segundo a diplomacia brasileira.Dilma Roussef se reuniu pela manhã com o presidente da Assembleia Nacional francesa, Claude Bartolone, e durante a visita terá encontros com o presidente do Senado, Jean-Pierre Bel, e com o prefeito de Paris, Betrand Delanoë.A presidente brasileira também deve conceder uma entrevista coletiva na sede da Medef, a principal associação empresarial francesa.No fórum organizado pela Fundação Jean Jaurès e pelo Instituto Lula, que também terá a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma deve reafirmar as críticas ao modelo europeu de ajustes, além de defender a experiência brasileira de estímulos ao crescimento para combater a crise.A visita de Dilma Rousseff a França "é representativa de uma diplomacia econômica e política do Brasil", mas pode "ter repercussões também para a associação estratégica entre a União Europeia e o Mercosul", afirma Carlos Quenan, do Instituto das Américas."Trata-se de aumentar a atratividade dos investimentos e atenuar certas tensões do tipo protecionista que bloqueiam a associação UE-Mercosul", completou o analista, antes de apontar que "estamos em um mundo em crise no qual podem predominar a guerra cambial e o avanço das políticas protecionistas"."Embora os efeitos diretos da crise europeia não sejam importantes até agora na América Latina, se a mesma for mais grave, o impacto pode ser grande, e existe uma preocupação no Brasil, que não consegue recuperar o crescimento" (1,03% este ano). Existe o temor de um choque financeiro nos países europeus que estão em situação mais delicada" (Espanha, Itália), destacou Quenan.O processo de licitação brasileiro de 36 aviões de combate, no qual competem empresas da França, Estados Unidos e Suécia, não é mencionado na agenda da visita presidencial, mas o tema, que esteve no centro das conversações bilaterais dos últimos anos, certamente será abordado.Na segunda-feira, a chancelaria francesa destacou "a qualidade da associação, em particular o respeito à transferência de tecnologia", mas ressaltou ao mesmo tempo que "é uma decisão soberana do Brasil".Na quarta-feira à tarde, Dilma Rousseff viajará de Paris para a Rússia.mc/fp

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