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Premiê do Mali renuncia depois de ser detido por militares

O primeiro-ministro do Mali, Cheik Modibo Diarra, anunciou a renúncia de seu governo nesta terça-feira, poucas horas depois de ser detido por militares autores do golpe de Estado de 22 de março contra o presidente Amadou Toumani Touré.

11 dez 2012 - 06h12
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O primeiro-ministro do Mali, Cheik Modibo Diarra, anunciou a renúncia de seu governo nesta terça-feira, poucas horas depois de ser detido por militares autores do golpe de Estado de 22 de março contra o presidente Amadou Toumani Touré.A renúncia deixa o país na incerteza mais uma vez.

O primeiro-ministro do Mali, Cheick Modibo Diarra, em foto de agosto de 2012
O primeiro-ministro do Mali, Cheick Modibo Diarra, em foto de agosto de 2012
Foto: Reuters

O Mali enfrenta há quase um ano uma crise sem precedentes que provocou a divisão do país, onde se questiona a possibilidade de uma intervenção militar estrangeira para expulsar os islamitas vinculados à rede extremista Al-Qaeda. "Eu, Cheik Modibo Diarra, renuncio junto a meu governo" declarou Diarra em um breve discurso transmitido pela rádio e televisão estatal de Mali (ORTM), sem explicar os motivos da saída.

O primeiro-ministro do Mali foi detido na madrugada desta terça-feira em sua residência em Bamako por militares ligados ao capitão Amadou Haya Sanogo, líder do golpe de Estado deflagrado em março passado. "O primeiro-ministro foi detido por cerca de vinte militares procedentes de Kati", região militar próxima a Bamako e base dos golpistas, revelou um colaborador de Diarra. "Foi informado de que estava sendo preso por ordem do capitão Sanogo".

Os militares "derrubaram a porta da residência do primeiro-ministro e o levaram de maneira brutal", disse o colaborador, que pediu para não ser identificado.Diarra pretendia viajar nesta segunda-feira a Paris para realizar exames médicos, mas foi informado de problemas com sua bagagem e decidiu não seguir para o aeroporto.

Diarra se pronunciou diversas vezes para defender a intervenção de uma força militar internacional no norte do Mali, ocupado desde o final de junho por grupos islâmicos armados ligados à Al-Qaeda, uma intervenção rejeitada pelo capitão Sanogo.Amadou Haya Sanogo, até então um militar desconhecido, depôs em 22 de março passado o regime do presidente Amadou Toumani Touré, precipitando a queda do norte do Mali para grupos islâmicos armados. O capitão Sanogo foi obrigado a entregar o poder semanas mais tarde, mas manteve sua influência em Bamako.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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