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Mundo

Primeiro-ministro do Mali é detido por grupo de militares

10 dez 2012 - 23h11
(atualizado em 11/12/2012 às 01h20)
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O primeiro-ministro de Mali, Cheick Modibo Diarra, foi detido nesta terça-feira por um grupo de militares, confirmou à agência EFE uma fonte do Exército, que não explicou as razões da detenção. Segundo a fonte, o grupo era formado por 20 militares sob a liderança de Amado Haja Sanogo, que em 22 de março derrubou o então presidente, Amado Tumani Turé.

O primeiro-ministro, designado pelo atual presidente, Dioncounda Traoré, em 17 de abril, foi detido quando se encontrava em sua residência, situada nos arredores da capital, segundo informou a fonte, que não deu mais detalhes. Até o momento, não houve nenhuma declaração oficial sobre o ocorrido.

Uma fonte do organismo de Rádio e Televisão de Mali (ORTM) assegurou à EFE que na tarde desta segunda-feira um grupo de militares invadiu suas instalações e impediu a difusão de declarações de Diarra.

Um colaborador da agência AFP que o primeiro-ministro "foi informado de que estava sendo preso por ordem do capitão Sanogo". Os militares "derrubaram a porta da residência do primeiro-ministro e o levaram de maneira brutal", disse o colaborador, que pediu para não ser identificado.

Mali, cujo norte do país está tomado por grupos rebeldes desde março, está imerso em uma complicada transição política rumo à democracia depois que os militares golpistas, que ainda mantêm uma grande influência na tomada de decisões, cederam perante a pressão da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao).

Traoré, presidente do Parlamento durante a gestão de Haja Sanogo, recebeu a incumbência de dirigir a transição política para a restauração da ordem constitucional que deverá desembocar em eleições legislativas e presidenciais.

Diarra, astrofísico e representante da Microsoft na África Ocidental, assim como embaixador de boa vontade da ONU, era candidato presidencial nas eleições previstas para abril passado e que acabou anulada pelos militares.

O premiê se pronunciou diversas vezes para defender a intervenção de uma força militar internacional no norte do Mali, ocupado desde o final de junho por grupos islâmicos armados ligados à Al-Qaeda, uma intervenção rejeitada pelo capitão Sanogo.

Amadou Haya Sanogo, até então um militar desconhecido, depôs em 22 de março passado o regime do presidente Amadou Toumani Touré, precipitando a queda do norte do Mali para grupos islâmicos armados. O capitão Sanogo foi obrigado a entregar o poder semanas mais tarde, mas manteve sua influência em Bamako.

Com informações da AFP

EFE   
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