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Oriente Médio

Irmandade Muçulmana diz que "já não há motivos" para protestos

9 dez 2012 - 12h40
(atualizado às 13h30)
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A Irmandade Muçulmana egípcia advertiu neste domingo que, após a anulação de ontem à noite da polêmica declaração constitucional que blindava os poderes presidenciais, "já não há motivos" para que a oposição continue seus protestos.

Egípcios fazem ato de apoio ao presidente egípcio, Mohamed Mursi, como forma de responder às manifestações dos últimos dias contra o líder
Egípcios fazem ato de apoio ao presidente egípcio, Mohamed Mursi, como forma de responder às manifestações dos últimos dias contra o líder
Foto: EFE

"A Irmandade Muçulmana assegura que a ata constitucional de novembro, que causou muita polêmica, foi cancelada com o anúncio de ontem, e já não há motivos para instigar o povo a participar de manifestações nem para que haja mais divergências", afirmou o porta-voz do grupo, Mahmoud Gozlan, em comunicado.

Gozlan disse que a confraria dá as boas-vindas aos resultados do diálogo nacional de ontem, que foi boicotado pela oposição laica, e à nova declaração constitucional que anulou a anterior, na qual o presidente, Mohammed Mursi, havia ordenado que suas decisões fossem "definitivas e inapeláveis".

Da mesma forma, o porta-voz reivindicou à oposição que respeite os resultados do referendo sobre a nova Constituição, que se manteve agendado para o próximo sábado, apesar das reivindicações dos opositores para adiá-lo. Gozlan se perguntou se as outras partes aceitarão o referendo ou "continuarão com a política de se manifestar, ameaçar, destruir e incendiar".

O porta-voz da Irmandade considerou que o respaldo ou não ao referendo revelará ao povo egípcio "quem está a favor do bem do país e quem realiza certas agendas para servir a seus próprios interesses". "Rejeitamos todo tipo de violência, que chegou ao ponto de incendiarem lojas, saqueá-las, matar jovens, ferir milhares de pessoas, e gerar o caos no país", assegurou Gozlan.

Desde o início dos protestos contra Mursi em 22 de novembro, quando o presidente anunciou sua controversa declaração constitucional, sedes da Irmandade Muçulmana e de seu braço político, o Partido Liberdade e Justiça (PLJ), sofreram ataques em várias províncias, incluindo a principal, no Cairo.

Os ativistas da oposição, por sua vez, acusam o que consideram "milícias" da Irmandade de atacar os manifestantes em frente ao palácio presidencial na quarta-feira, em confrontos que deixaram pelo menos seis mortos e centenas de feridos.

A opositora Frente de Salvação Nacional, que boicotou o diálogo nacional convocado por Mursi, se reúne hoje para avaliar sua resposta à nova declaração constitucional e à manutenção do referendo em sua data prevista.

EFE   
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