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Europa

Itália se pergunta o quê acontecerá com saída antecipada de Monti

9 dez 2012 - 09h20
(atualizado às 10h02)
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A Itália está se perguntando neste domingo o quê acontecerá nos próximos dias e como se chegará às eleições depois que o presidente do governo, Mario Monti, anunciou de surpresa que renunciará após a aprovação da Lei de Orçamentos.

O chefe de Estado italiano, Giorgio Napolitano, já tinha um roteiro previsto para encerrar tranquilamente o mandato e dar por encerrado o governo tecnocrata de Monti em meados de janeiro e com as eleições em março, mas a decisão do primeiro-ministro europeu deixou em suspenso todos os seus planos.

Por isso, a imprensa italiana se pergunta neste domingo sobre o quê acontecerá nos próximos dias, as leis que ficarão paradas no Parlamento aprovação, a possível data das eleições gerais e sobre o futuro de Monti.

Os veículos de imprensa analisam a repentina decisão de Monti e abordam como o primeiro-ministro não conseguia continuar governando quando o partido com maioria absoluta no Parlamento, o Povo da Liberdade (PDL), de Silvio Berlusconi, aproveitava qualquer pretexto para criticar sua política.

Mas, além disso, a imprensa argumenta que Monti acelerou sua decisão depois que Berlusconi anunciou ontem oficialmente que se apresentaria às próximas eleições e em suas declarações voltou a acusar à política "germanocêntrica" do primeiro-ministro.

Como se lia na nota da presidência da República que anunciava a renúncia de Monti após a aprovação do Orçamento Geral, agora o primeiro-ministro terá que comprovar se os partidos estão dispostos a votá-la.

Após sua aprovação, acrescentava a nota, "e após consultar o Conselho de ministros, Monti oficializará sua irrevogável renúncia com o Chefe de Estado".

Com o anúncio de renúncia de Monti as datas também não foram muito alteradas e as eleições só devem ser antecipadas um mês.

Tudo indica que a votação será em fevereiro, já que é preciso passar pelo menos 45 dias (e no máximo 70) da dissolução do Parlamento até o dia das eleições. Além disso, dessa forma as eleições coincidirão com as eleições regionais de Lácio, Lombardia e Molise, o que significa uma grande economia para os cofres do Estado.

O ministro da Economia italiano, Vittorio Grilli, explicou há poucos dias que esperava que a Lei de Estabilidade (como se chama na Itália a medida que contém os Orçamentos) chegasse ao Parlamento para sua aprovação em 18 de dezembro, podendo estar aprovada antes das comemorações do Natal.

Assim, podem ficar sem aprovação leis importantes como o decreto "Ilva", que salvaria momentaneamente a siderúrgica de Taranto, que emprega cerca de 20 mil pessoas, e o Decreto de Crescimento, que contém várias medidas para a modernização do país, assim como o pacote legislativo que contém algumas diretrizes europeias que a Itália ainda não havia aprovado.

É improvável, também, que seja alterada a legislação eleitoral - da qual nenhum partido gosta - e que voltará a entrar em vigor nas próximas eleições.

Além disso, hoje alguns analistas estão avaliando na imprensa a hipótese de que Monti tenha antecipado sua saída para refletir sobre a possibilidade de se candidatar às eleições, embora o primeiro-ministro europeu sempre tenha rejeitado a candidatura.

EFE   
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