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África

Pressionado, presidente do Egito anula decreto para superpoderes

8 dez 2012 - 20h32
(atualizado às 21h49)
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O presidente do Egito, Mohammed Mursi, anunciou na noite deste sábado a anulação do decreto que havia publicado no mês passado para expandir seus poderes. O decreto gerou fortes protestos populares no país nas últimas semanas.

O governo egípcio manteve, porém, o referendo programado para o dia 15 de dezembro sobre a proposta de nova Constituição. Os críticos de Mursi o haviam acusado de agir como um ditador, mas ele disse que estava resguardando a revolução.

Ele afirmou que os poderes extraordinários eram necessários para promover as reformas necessárias no país. Desde que assumiu o poder, Mursi vinha mantendo disputas com o Judiciário.

Intervenção do Exército

Os simpatizantes do governo dizem que o Judiciário é formado por figuras reacionárias oriundas do antigo regime do presidente Hosni Mubarak, que governo o país de 1981 a 2011. Mas seus adversários vinham mantendo protestos constantes desde o dia 22 de novembro, quando o decreto foi anunciado.

Eles também protestavam contra o projeto de reforma constitucional por alegar que o processo estava dominado pelos islamistas aliados do presidente.

Uma aliança de grupos opositores, o Grupo de Salvação Nacional, pediu que Mursi não somente anule seu decreto quanto adie o referendo constitucional programado para a próxima semana. A crise se aprofundou a tal ponto que o Exército, por muito tempo a força dominante na política egípcia, advertiu no sábado que interviria para impedir o Egito de entrar em "um túnel escuro".

Várias pessoas morreram na última onda de protestos contra o governo, e o palácio presidencial foi atacado. A sede da Irmandade Muçulmana, partido de Mursi, foi incendiada durante os protestos.

O referendo sobre a nova Constituição, no entanto, está mantido
O referendo sobre a nova Constituição, no entanto, está mantido
Foto: AP
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