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Oriente Médio

Irmandade Muçulmana adverte que defenderá governo Mursi

8 dez 2012 - 09h32
(atualizado às 10h24)
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O guia espiritual da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badia, advertiu neste sábado a oposição de que defenderá a legitimidade do presidente egípcio, Mohammed Mursi, e denunciou que 28 sedes do grupo foram incendiadas durante os protestos.

Egípcios fazem ato de apoio ao presidente egípcio, Mohamed Mursi, como forma de responder às manifestações dos últimos dias contra o líder
Egípcios fazem ato de apoio ao presidente egípcio, Mohamed Mursi, como forma de responder às manifestações dos últimos dias contra o líder
Foto: EFE

"Faz sentido que saiam à rua para pedir a queda do presidente? Nós defenderemos a legitimidade custe o que custar", ressaltou Badia, em alusão às criticas da oposição laica de que Mursi perdeu sua legitimidade com suas recentes decisões.

Em entrevista coletiva na sede do grupo no Cairo, Badia pediu a todos os setores do povo egípcio a "a reconciliação e ao diálogo", depois da brecha aberta no país entre partidários e detratores de Mursi, que integrou a Irmandade Muçulmana até assumir a presidência em junho.

"O que acontece atualmente é uma rivalidade política e a solução democrática para isso é recorrer ao povo através das urnas e não através da violência", disse o líder da confraria. "Continuaremos em nosso caminho, custe o que custar, e defenderemos as instituições do Estado de que desejam destruí-las", acrescentou.

Desde o início dos protestos contra Mursi em 22 de novembro, quando o presidente anunciou sua controvertida declaração constitucional, sedes da Irmandade Muçulmana e de seu braço político, o Partido Liberdade e Justiça (PLJ), em várias províncias foram atacadas, incluindo a principal, no Cairo.

Badia advertiu que não aceitarão mais ataques contra o grupo e acusou a oposição de cometer "atos de sabotagem e vandalismo". O dirigente islamita declarou que, embora parte da população possa odiar seu grupo, deve-se preservar "a unidade do Egito" e colocar ideias e soluções sem impô-las. "Nós permaneceremos com os que desejem o diálogo", disse o guia espiritual, que considerou que "o que acontece no cenário egípcio não é oposição mas algo que carece de legitimidade e a que deve se resistir".

A tensão entre as várias frentes egípcias aumentou desde que Mursi blindou seus poderes perante a Justiça em 22 de novembro e convocou recentemente o referendo sobre a nova Constituição. Para hoje, está previsto o início do diálogo nacional convocado pelo presidente, do qual os principais dirigentes da oposição não islamita já anunciaram que não participarão.

EFE   
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