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Oriente Médio

Exército egípcio defende diálogo para resolver crise

8 dez 2012 - 09h30
(atualizado às 12h25)
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As Forças Armadas do Egito alertaram neste sábado que se os vários grupos políticos não chegarem a um consenso para sair da crise, as consequências podem ser trágicas, o que, disseram, não estão dispostos a permitir.

Multidão protestou em frente ao palácio presidencial, no Cairo, na noite de sexta-feira
Multidão protestou em frente ao palácio presidencial, no Cairo, na noite de sexta-feira
Foto: AP

"O método do diálogo é o melhor e o único para chegar a um consenso e alcançar os interesses supremos do país e dos cidadãos. O contrário nos leva a um obscuro túnel cujo resultado será trágico, e isso é algo que não permitiremos", disse o exército em comunicado. Em sua primeira reação oficial à tensão que o país vive, as Forças Armadas afirmaram que "a continuidade da crise não beneficiará nenhuma região e toda a pátria pagará o preço disso".

Segundo o exército, as divergências por questões ideológicas são compreensíveis, mas se levarem a "um confronto ou a um conflito é um assunto que todos devem evitar". "Apoiamos o diálogo nacional e o caminho democrático sério e sincero sobre as causas e pontos nos quais se discorda, até chegar a um consenso que reúna todos os componentes da pátria", acrescentou a nota.

Para hoje, está previsto o início do diálogo nacional convocado pelo presidente egípcio, Mohammed Mursi, do qual os principais dirigentes da oposição não islamita já anunciaram que não participarão.

As Forças Armadas reiteraram que querem "a união" do povo egípcio, por isso pediram a todas as partes "vigiar com muita cautela os eventos que acontecem no plano interno e externo para evitar avaliações e cálculos errôneos".

Para o exército, as avaliações errôneas poderiam impedir distinguir "entre o que é necessário para solucionar a crise atual e entre os princípios estratégicos baseados na legitimidade jurídica e as bases democráticas estipuladas para avançar rumo ao futuro". Por último, o exército ressaltou "sua responsabilidade patriótica de preservar os interesses supremos da pátria e proteger os locais vitais e instituições públicas e os interesses dos cidadãos".

A tensão entre as várias frentes egípcias, que derivou em violentos enfrentamentos, aumentou desde que Mursi blindou seus poderes perante a Justiça em 22 de novembro e convocou recentemente o referendo sobre a nova Constituição. Na quarta-feira passada, pelo menos seis pessoas morreram e centenas ficaram feridas em choques entre partidários e detratores de Mursi em torno ao palácio presidencial, enquanto nestas semanas várias sedes da Irmandade Muçulmana foram atacadas.

EFE   
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