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Oriente Médio

Britânico diz ter provas de que Síria planeja usar armas químicas

8 dez 2012 - 07h52
(atualizado às 14h52)
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William Hague, o ministro das Relações Exteriores britânico, confirmou à BBC ter tido acesso a provas de que o governo do presidente sírio Bashar al-Assad planeja usar armas químicas em suas ofensivas para tentar suprimir a revolta que já dura quase dois anos. Hague afirmou neste sábado em Manama, capital do Bahrein, que tem planos para prevenir qualquer contingência relacionada ao uso destas armas pela Síria.

Irmãos posam em frente à casa onde moravam, destruída por bombardeios das tropas do governo sírio, em Homs. A foto é uma das feitas pelo grupo de fotógrafos chamado Jovens Lentes de Homs, que se dedica a registrar o cotidiano de pequenos moradores da cidade. Nas imagens, crianças aparecem em diversas situações - em momentos de brincadeiras, de medo, em escolas improvisadas ou mostrando cartazes com mensagens que expressam seus sentimentos em um país em guerra civil
Irmãos posam em frente à casa onde moravam, destruída por bombardeios das tropas do governo sírio, em Homs. A foto é uma das feitas pelo grupo de fotógrafos chamado Jovens Lentes de Homs, que se dedica a registrar o cotidiano de pequenos moradores da cidade. Nas imagens, crianças aparecem em diversas situações - em momentos de brincadeiras, de medo, em escolas improvisadas ou mostrando cartazes com mensagens que expressam seus sentimentos em um país em guerra civil
Foto: Young Lens Homsi / Divulgação

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Hague, que participa no Bahrein de uma cúpula sobre segurança, disse à agência EFE que seu país tomou medidas para enfrentar a situação, embora não tenha entrado em detalhes, e pediu a queda de Assad. "O regime de Assad está condenado, embora ninguém possa prever a data para isso", disse o ministro de Relações Exteriores britânico. Em sua opinião, o presidente sírio não fez reformas no país e se negou a "aproveitar todas as oportunidades para resolver a crise pacificamente".

Em declarações feitas à rede pública britânica BBC, Hague afirmou que tanto o Reino Unido como os EUA registraram a existência de "algumas evidências" que provam que a Síria está se preparando para usar armamento químico contra os insurgentes.

Segundo a BBC, satélites americanos e outros dispositivos detectaram uma crescente atividade em alguns armazéns de armamento químico na Síria, embora o regime sírio tenha negado que planeje fazer uso dessas armas para atentar contra seu próprio povo.

Apesar de não entrar em pormenores sobre o tipo de "evidências" detectadas pelos governos britânico e americano, "pois provêm dos serviços secretos", Hague alegou que essas provas são "suficientes" para temer que a Síria esteja pensando em usar esse tipo de armamento. "Vimos evidências suficientes para saber que precisam de um aviso e receberam esse aviso", disse.

No início do mês, o Ministério das Relações Exteriores sírio declarou que Damasco não vai utilizar contra seu povo armas químicas, "se é que elas existem" na Síria, em resposta às advertências dos EUA contra seu uso.

Por outro lado, Hague negou que seu país esteja intermediando a crise do Bahrein, cenário de protestos da maioria xiita para pedir reformas políticas há quase dois anos. O chefe da diplomacia britânica participa em Manama da cúpula de segurança do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, que foi inaugurado ontem.

Na sessão de abertura, o príncipe herdeiro bareinita, o xeque Salman bin Hamad al-Khalifa, advertiu quanto aos riscos de surgirem Estados fracassados depois da Primavera Árabe. Khalifa aproveitou para pedir, por um lado, à oposição bareinita, o diálogo para chegar a um consenso e, por outro, para advertir aos opositores contra instigar a violência.

"A responsabilidade não cai somente sobre aqueles que estão em uma posição de autoridade. As figuras políticas que não estão de acordo com a estrutura constitucional e o desempenho do governo devem condenar a violência de maneira inequívoca, incluindo os aiatolás", disse.

A cúpula de segurança, chamada VIII Diálogo de Manama, enfoca assuntos como o conflito sírio, a ameaça terrorista e a proliferação nuclear.

EFE   
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