PUBLICIDADE

Oriente Médio

Equador quer criar centro para gerir investimentos no Mercosul

7 dez 2012 - 16h10
(atualizado às 17h03)
Compartilhar

O presidente do Equador, Rafael Correa, sugeriu nesta sexta-feira a criação de um centro regional para a resolução de controvérsias sobre investimentos a fim de evitar que os países do Mercosul tenham que enfrentar organismos internacionais de arbitragem criados, em sua opinião, para favorecer o capital. "Precisamos denunciar esses tratados (de arbitragem) porque são realmente de submissão. Aqui o que requereremos é uma ação conjunta", afirmou Correa em seu discurso na plenária da Cúpula do Mercosul, realizada no Palácio do Imataraty, em Brasília.

O presidente do Equador, Rafael Correa, compareceu à cúpula do Mercosul no Palácio do Itamaraty, em Brasília
O presidente do Equador, Rafael Correa, compareceu à cúpula do Mercosul no Palácio do Itamaraty, em Brasília
Foto: EFE

O governante do Equador, país que é membro associado do Mercosul e negocia sua inclusão como membro pleno, assegurou que o bloco necessita adotar políticas comuns em diferentes áreas "para que não seja o capital transnacional que imponha as condições". O presidente assegurou que um acordo dos países para impedir que as arbitragens apenas favoreçam às transnacionais, e não aos governos, é necessário para que o Mercosul "realmente ofereça benefícios pragmáticos" para seus povos.

O líder se referiu a uma decisão do Centro Internacional para Arbitragem de Disputas sobre Investimentos (Ciadi), ligado ao Banco Mundial, que condenou em outubro passado o Equador a pagar uma indenização de US$ 2,3 bilhões à companhia petrolífera americana Oxy. Correa, que já tinha se referido aos problemas que o Equador enfrenta por ter o dólar como moeda, também pediu aos países do Mercosul a criação de uma moeda comum para fortalecer a integração não só do bloco, mas de toda América do Sul e América Latina.

"Para que possamos ter uma tarifa comum e acordos de livre-comércio com outros países e blocos, como a União Europeia, necessitamos uma moeda regional", comentou. O Equador adotou o dólar como moeda em 2000 e Correa manteve essa decisão em seus seis anos de governo apesar de considerá-la um erro.

O líder equatoriano também advertiu que, apesar da atual crise, as negociações de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia têm que levar em conta que as diferenças sociais e econômicas entre Europa e América Latina ainda são enormes. "Não podemos dizer que a Europa empobreceu. Segue gerando riquezas. Há uma brecha gigantesca entre Europa e América Latina", concluiu.

EFE   
Compartilhar
Publicidade