Oposição egípcia rejeita diálogo proposto por Mursi
7 dez2012 - 09h35
(atualizado às 12h10)
Compartilhar
A oposição não islamita do Egito, unida na Frente de Salvação Nacional, rejeitou nesta sexta-feira participar do diálogo proposto para amanhã pelo presidente Mohammed Mursi, ao considerar que suas reivindicações não foram escutadas.
Em comunicado, o grupo explicou que a convocação do diálogo "carece dos elementos básicos de uma negociação verdadeira e séria e ignora as reivindicações principais da Frente", que são a anulação do ata constitucional e o cancelamento do referendo sobre a Constituição.
"O discurso de Mursi foi decepcionante para a maioria do povo egípcio", assegurou a formação opositora em sua nota, na qual critica a atitude do presidente de negar que "o sangue egípcio puro derramado nos arredores do Palácio Presidencial é consequência da incitação explícita da Irmandade Muçulmana".
Quanto a estes choques entre partidários e detratores de Mursi, que deixou seis mortos e centenas de feridos, a "Frente de Salvação Nacional" pediu que sejam investigados por "um juiz neutro" e que os participantes sejam apresentados perante a justiça "seja qual for seu cargo político ou policial".
"A Frente continuará empregando todos os meios de imprensa legítimos para defender seus direitos e sua liberdade e corrigir a via da revolução para construir um Egito que se baseie na liberdade, a justiça social e a dignidade humana", ressalta o texto.
Em seu esperado discurso de ontem, Mursi defendeu suas decisões e convocou uma reunião para amanhã, sábado, com os grupos políticos, os jovens da revolução e os juízes a fim de "conseguir um acordo global para acabar com a divisão".
Antes do discurso, a "Frente de Salvação Nacional" já disse que tinha fechado as portas para negociar com a presidência perante a falta de resposta de Mursi a suas reivindicações e "o derramamento de sangue" perante o Palácio Presidencial.
Este grupo, composto pelo Partido da Constituição, liderado pelo Prêmio Nobel da Paz egípcio Mohamed ElBaradei, e o Partida Corrente Popular, do ex-candidato presidencial Hamdin Sabahi, entre outros, convocou novos protestos para esta sexta.
As principais reivindicações destas manifestações é que Mursi cancele a ata constitucional que blinda seus poderes perante a Justiça e anule a convocação do referendo sobre a Carta Magna, previsto para o próximo dia 15 de dezembro.
Os manifestantes começaram a se reunir na Praça Tahrir, onde há duas semanas são mantidas barracas camping, assim como a marchar desde várias mesquitas de Cairo em direção ao Palácio Presidencial. A sede da Presidência está cercada desde ontem por tanques e carros do Exército, que se instalou nos arredores do prédio para evitar novos distúrbios.
Policiais e manifestantes se enfrentaram mais uma vez no Egito em mais um dia de protestos desde uma polêmica medida presidencial
Foto: Mohamed Abd El Ghany / Reuters
Usando máscaras para se proteger do gás, as pessoas que foram à praça no Cairo fizeram frente à polícia
Foto: Mohamed Abd El Ghany / Reuters
Durante as ações da polícia, um manifestante pegou o dispositivo com gás e jogou de volta na polícia
Foto: Mohamed Abd El Ghany / Reuters
Manifestante se ajoelha durante os protestos no Cairo neste domingo, após o decreto do presidente Mohamed Mursi
Foto: Mohamed Abd El Ghany / Reuters
Visão geral da praça Tahrir, no Cairo, durante a investida da polícia com gás contra os manifestantes
Foto: Mohamed Abd El Ghany / Reuters
Foto: Terra
Policiais lançam gás lacrimogêneo para repelir manifestação contra o presidente egípicio Mohammed Mursi
Foto: Reuters
Os protestos ocorreram na frente do Conselho Superior da Magistratura, no Cairo
Foto: Reuters
Neste sábado, um advogado egípcio apresentou uma denúncia perante a Procuradoria-Geral contra vários dirigentes opositores egípcios por uma suposta tentativa de derrubar do poder o presidente Mohammed Mursi
Foto: Reuters
Um homem carrega uma bomba de gás lacrimogêneo durante os protestos no Cairo
Foto: Reuters
O presidente Mohamed Mursi fala com simpatizantes em frente do palácio presidencial, no Cairo
Foto: Reuters
O comício foi organizado pela Irmandade Muçulmana para demonstrar apoio ao presidente
Foto: Reuters
Manifestantes pró-Mursi rezam e cantam palavras de apoio ao presidente durante ato em frente ao palácio presidencial no Cairo
Foto: Reuters
Multidão participa de ato pró-Mursi em frente ao palácio presidencial, no Cairo
Foto: AP
Manifestantes tremulam bandeira do Egito durante protesto contra o presidente Mursi na Praça Tahrir, no Cairo
Foto: AP
Homens atiram pedras durante confronto entre apoiadores e opositores do presidente Mursi em Alexandria
Foto: AP
Com um uma cruz cristã em uma mão e o Alcorão na outra, manifestante de oposição grita palavras de ordem durante protesto na Praça Tahrir, no Cairo. Milhares de pessoas se reuniram na icônica praça na capital egípcia para protestar contra reformas constitucionais promovidas pelo presidente Mohammed Mursi. Os opositores acusam-no de buscar concentrar mais poder em suas mãos
Foto: AP
Manifestantes protestam em frente à sede do partido governista em Alexandria
Foto: AP
Opositores invadem a sede do governista Partido da Liberdade e da Justiça, braço político da Irmandade Muçulmana, e quebram escritórios em Alexandria
Foto: AP
Manifestantes contrários a Mursi se protegem durante confronto com simpatizantes do presidente na Praça Tahrir, no Cairo. Partidários e críticos do governo entraram em confronto nesta sexta-feira na capital e em Alexandria, cidade localizada na costa do Mar Mediterrâneo
Foto: AP
Homem protege a cabeça durante confronto em Alexandria
Foto: AFP
Manifestantes carregam homem ferido em conflito entre apoiadores e opositores do presidente egípcio
Foto: AP
Reformas anunciadas por Mursi renovaram as manifestações em Tahrir, símbolo dos protestos da Primavera Árabe egípcia
Foto: AFP
Foto: Terra
Manifestantes carregam jovem ferido nos protestos, perto da praça Tahrir, no Cairo
Foto: AP
Egípcios montam acampamento na praça Tahrir para protestar contra o presidente, Mohamed Mursi
Foto: AFP
Manifestante mostra cartaz que compara o presidente egípcio a Adolf Hitler durante o protesto
Foto: AFP
Jovens lançam pedras contra soldados em protesto no Cairo
Foto: AFP
Manifestante é preso por soldados durante o protesto na praça Tahrir
Foto: AP
Militares prendem um manifestante durante um protesto contra o presidente egípcio na praça Tahrir, no Cairo