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Mundo

Oposição a Mursi não vê opção de diálogo após violência no Egito

6 dez 2012 - 17h45
(atualizado às 18h14)
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A oposição não islamita do Egito, unida na Frente de Salvação Nacional, disse nesta quinta-feira que se fecharam as portas do diálogo com a presidência após os últimos eventos e convocou novos protestos para amanhã.

Manifestantes protestam em frente à casa do presidente Mohammed Mursi, em Al Zaqaziq, no norte do Egito
Manifestantes protestam em frente à casa do presidente Mohammed Mursi, em Al Zaqaziq, no norte do Egito
Foto: AP

Em comunicado, o grupo assegurou que "a falta de resposta (do presidente egípcio, Mohammed Mursi) para salvar o país fecha as portas a toda tentativa de negociação".

A Frente expressou seu desejo que o chefe de Estado proponha um diálogo, mas considerou que isto é muito difícil após "o sangue derramado na frente do Palácio Presidencial", onde os enfrentamentos entre defensores e críticos de Mursi deixaram ontem à noite seis mortos e centenas de feridos.

Ontem, o primeiro-ministro egípcio, Hisham Qandil fez uma chamada ao diálogo e o vice-presidente, Mahmoud Mekki, apresentou uma confusa oferta para negociar com a oposição sobre os artigos polêmicos do projeto de Constituição.

No entanto, a formação opositora reiterou suas reivindicações para que se anule o decreto constitucional que blinda os poderes de Mursi perante a Justiça e a convocação do referendo sobre a Constituição, previsto para o próximo dia 15 de dezembro.

Estas medidas são necessárias - acrescentou a nota - para conseguir "uma Constituição pactuada e representativa". O grupo, que reúne a oposição laica, fez um pedido a "todo o povo egípcio para realizar grandes manifestações em todo o país" nesta sexta-feira.

A Frente de Salvação Nacional está composta pelo Partido da Constituição, liderado pelo Prêmio Nobel da Paz egípcio Mohamed ElBaradei, e pelo Partido Corrente Popular, do ex-candidato presidencial Hamdin Sabahi, entre outros.

Ontem, ElBaradei, Sabahi e o ex-secretário geral da Liga Árabe, Amr Moussa, afirmaram que continuarão a "luta" e apontaram que o "regime, autoritário e repressivo, perde legitimidade dia a dia".

EFE   
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