EUA: líder de comunidade ortodoxa judia é julgado por assédio
Os judeus ultraortodoxos hassídicos de Nova York assistem a um processo judicial envolvendo um adolescente que acusa de abuso sexual um conselheiro espiritual da comunidade em um caso considerado raro. O julgamento de Nechemya Weberman, 54 anos, começou na semana passada e está revelando detalhes desta comunidade geralmente muito fechada e que se concentra no Brooklyn.
Weberman, com longa barba tradicional e roupas pretas, é acusado de ter abusado da adolescente durante três anos, começando em 2007 quando tinha 12 anos. A mãe da suposta vítima, Rachel Krausz, tinha enviado sua filha a sessões com o conselheiro porque na escola lhe tinham dito que tinha problemas de comportamento.
Weberman era um respeitado membro da comunidade hassídica de Nova York e supostamente recebia a adolescente sozinha. A mãe explicou que nunca teria imaginado isto em visto das estritas regras da comunidade, em que as pessoas de sexo diferente estão sempre separadas e onde as relações extraconjugais são um tema tabu.
De acordo com a mulher, sua filha tinha problemas para aceitar as regras segundo as quais as jovens devem se vestir de forma modesta com meias grossas que cobrem as pernas. A adolescente tinha sido repreendida por ter aberto o primeiro botão de sua camisa.
Segundo a acusação, Weberman aproveitou as sessões para abusar sexualmente da adolescente, que durante muito tempo não se atreveu a falar do tema. De acordo com a defesa, a moça inventou a história para se vingar de Weberman, que tinha informado seus pais que tinha uma relação sentimental com um jovem, salgo proibido nesta comunidade. É muito raro que acusações deste tipo na comunidade hassídica cheguem à justiça civil.