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Oriente Médio

RS: em fórum palestino, milhares marcham por "boicote a Israel"

29 nov 2012 - 20h19
(atualizado às 21h49)
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Gonçalo Valduga
Direto de Porto Alegre

Milhares de manifestantes de várias partes do mundo participaram nesta quinta-feira, em Porto Alegre (RS), de uma passeata para cobrar o fim da ocupação militar israelense na Faixa de Gaza. Aos gritos de "Boicot Israel" (Boicote a Israel, na tradução do inglês), cerca de seis mil pessoas ligadas a ONGs, movimentos estudantis, sindicatos de trabalhadores e simpatizantes da causa palestina participaram da marcha, uma das ativividades do Fórum Social Mundial Palestina Livre, que ocorre na capital gaúcha.

Ativistas exibem bandeiras do território árabe, Cuba e Brasil no protesto contra Israel em Porto Alegre
Ativistas exibem bandeiras do território árabe, Cuba e Brasil no protesto contra Israel em Porto Alegre
Foto: Gonçalo Valduga / Terra

Empunhando faixas, camisetas e bandeiras que criticam a "violência praticada por Israel", os manifestantes percorreram as principais ruas do centro da cidade, partindo do Largo Glênio Peres até o estacionamento da Usina do Gasômetro. No local, integrantes das principais forças políticas da sociedade civil palestina e das centrais de trabalhadores brasileiras discursaram em um caminhão de som.

Em discurso em árabe com tradução simultânea, Omar Assaf, coordenador do Comitê Organizador Palestino do fórum, dedicou a marcha a todos os mártires palestinos que lutaram pela liberdade desde o ex-líder Yasser Arafat em 2004. "Vocês são parte da nossa gente e companheiros de luta. Vocês são a barreira que vai impedir o massacre do povo palestino por Israel", convocou ele, ao agradecer os brasileiros pela organização do evento.

O diretor da União Nacional das Entidades Islâmicas (UNI), xeque Mohamad Al Bukai, defendeu os palestinos que pedem o reconhecimento de um Estado islâmico. "Quando se fala em Estado islâmico, que alguns palestinos pedem, não significa que não conviverá com outras religiões. Significa que existe respeito para todos", assegurou.

Questionado sobre o fórum não ter convidado a Federação Israelita do Brasil para participar dos diálogos, Al Bukai disse que a comunidade judaica foi convidada e não quis participar do evento. Na semana passada, o cônsul-geral de Israel em São Paulo, Ilan Sztulman, acusou o fórum de incentivar o "terrorismo contra Israel" e importar o modelo de extremismo existente no Oriente Médio. "Se eles (israelenses) têm outra visão, eles têm que vir para falar e mostrar o que pensam. Mas, apenas acusar de terrorismo não contribui para nada", rebateu Al Bukai.

Palestina Livre

O Fórum Social Mundial Palestina Livre ocorre entre os dias 28 de novembro e 1º de dezembro e promoverá palestras, debates e oficinas com o objetivo de exigir o fim da ocupação militar israelense, o fim da colonização de terras árabes, a derrubada do muro de segregação e garantias de direitos humanos aos palestinos. Ramificação do Fórum Social Mundial, o Palestina Livre é organizado pelas principais forças políticas da sociedade civil palestina, além de uma coalizão formada por 36 movimentos, ONGs e sindicatos brasileiros, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Confira a programação no site do evento.

Cerca de 3 mil pessoas estão inscritas, representando 36 países de cinco continentes. Os participantes são oriundos da Palestina, Brasil, África do Sul, Alemanha, Argentina, Bélgica, Canadá, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, Escócia, Espanha, EUA, Filipinas, França, Gana, Guiné, Índia, Inglaterra, Irã, Israel, Itália, Japão, Jordânia, Líbano, Noruega, Paquistão, Paraguai, República Democrática do Congo, Senegal, Suazilândia, Togo, Tunísia, Uruguai e Venezuela.

Fonte: Terra
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