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Ásia

Governo tailandês enfrenta moção de censura no Parlamento

25 nov 2012 - 11h47
(atualizado às 13h23)
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A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, e outros três membros do governo enfrentam a partir deste domingo a uma moção de censura no Parlamento, em meio ao aumento das as críticas dos grupos de extrema-direita. Os deputados da oposição abriram o debate no Parlamento, que fica perto do lugar onde ontem ficaram feridas 82 pessoas em choques entre a Polícia e os manifestantes do grupo ultraconservador Pitak Siyam.

Tailandês cai de animal durante o festival anual de corrida de búfalos na província de Chonburi, ao sul de Bangcoc, na Tailândia. O evento é realizado por fazendeiros locais como uma celebração antes da colheita
Tailandês cai de animal durante o festival anual de corrida de búfalos na província de Chonburi, ao sul de Bangcoc, na Tailândia. O evento é realizado por fazendeiros locais como uma celebração antes da colheita
Foto: AP

"A primeira-ministra não governou este país como prometeu. Permitiu a corrupção", disse no plenário Jurin Laksanavisit, deputado do opositor Partido Democrata, que também a acusa de ser uma marionete de seu irmão, o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra.

Após dois dias de debates, os parlamentares votarão, na próxima terça-feira, se Yingluck e seus três ministros devem ser depostos por ter violado a Constituição, cometido nepotismo e outras irregularidades em seus quase 16 meses de mandato. Os outros três membros do gabinete questionados são o vice-primeiro-ministro, Charlerm Yoobamrung; o titular da Defesa, Sukampol Suwannathat, e o vice-ministro do Interior, Chatt Kuldilok.

No entanto, a moção tem pouca chance de ser aprovada, já que o partido Puea Thai e seus aliados na coalizão governante contam com a maioria das cadeiras na câmara baixa. Yingluck venceu as eleições em julho de 2011 à sombra de seu irmão mais velho, atualmente no exílio, embora tenha conseguido o período mais longo de paz social no país, imerso em violentas manifestações desde o golpe de Estado de 2006.

Mesmo assim, enfrenta a crescente oposição dos grupos conservadores próximos à elite tradicional, à hierarquia militar e à monarquia. No sábado, cerca de 20 mil seguidores do Pitak Siyam se manifestaram na Praça Real, perto da sede do Parlamento, e protagonizaram enfrentamentos ao tentar atravessar em duas ocasiões o cordão policial.

Os agentes responderam com gás lacrimogêneo e prenderam 138 manifestantes, com quem confiscaram facas, atiradeiras e munição de revólver, segundo a polícia, mas 137 deles já foram soltos. Ao menos 82 pessoas ficaram feridas, das quais 52 eram civis, 29 policiais e um, soldado.

Ao anoitecer, o líder do Pitak Siyam, Boonlert Kaewprasit, anunciou o fim do protesto sob o temor de uma escalada da violência que causasse danos maiores.

EFE   
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