PUBLICIDADE

Oriente Médio

Judeus protestam em SP por "direito de Israel se defender"

20 nov 2012 - 20h15
(atualizado às 20h27)
Compartilhar
Renan Truffi
Direto de São Paulo

Mais de 200 pessoas, a maioria da comunidade judaica de São Paulo, protestaram no início da noite desta terça-feira pelo "direito de Israel de se defender do Hamas", grupo islamita que atua no território palestino conhecido como Faixa de Gaza. Isso porque, a sete dias, Israel iniciou uma ofensiva contra Gaza que já deixou mais de 120 palestinos mortos e 920 feridos. O ato aconteceu no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp), que fica na avenida Paulista, zona central da cidade.

Protesto contra a presença do Hamas na Faixa de Gaza reuniu mais de 200 pessoas na capital paulista
Protesto contra a presença do Hamas na Faixa de Gaza reuniu mais de 200 pessoas na capital paulista
Foto: Renan Truffi / Terra

Saiba mais

Chefe militar do Hamas morre em ataque israelense a Gaza

Líder do Hamas diz que "os dias de Israel estão contados"

Israel fará o que for necessário em Gaza, diz Netanyahu

Com ofensiva terrestre, Israel pode sofrer revés internacional

Veja fotos do conflito na Faixa de Gaza

O objetivo, de acordo com o presidente-executivo da Federação Israelita do Estado de São Paulo, Ricardo Berkiensztat, 43 anos, é demonstrar apoio às ações do Estado de Israel. Além disso, segundo ele, a população brasileira "tem uma visão errada do que acontece entre os dois países".

"Nós apoiamos o Estado de Israel. Israel tem o direito de defender sua população e nós acreditamos que a população brasileira e a população de um modo geral tem uma visão errada do que acontece lá. (...) As pessoas não conhecem o que acontecem de fato na região. Conhecem apenas o que a mídia internacional divulga. Passa-se a imagem que é o mais forte (Israel) batendo no mais fraco. (...)Israel é um país de sete milhões de habitantes, cercado por vizinhos de 100 milhões de habitantes e que vem sendo atacado desde 1948. Desde sua fundação. Neste caso específico, só esse ano mais de mil foguetes de Hamas caíram em Israel. Israel só reagiu depois que atiraram em uma patrulha israelense que estava do lado de Israel", disse.

Questionado se a comunidade judaica não deveria pedir a paz em vez de apoiar a retaliação por parte de Israel, Berkiensztat disse que acredita em uma "solução pacífica", mas afirmou que "não dá para negociar com o Hamas".

"A gente quer mostrar que queremos Gaza livre sim. Mas, livre dos terroristas. Queremos paz com o Estado judeu ao seu lado, que é o Estado de Israel. Eu acho que a paz é tentada todos os dias. Você tenta a paz com aqueles que querem paz. Não com aqueles que negam seu direito de existir. O Hamas nega a existência de Israel. É o primeiro ponto do estatuto do Hamas negar a existência do Israel. Como você vai negociar com quem nega tua existência?", questionou.

Durante o protesto, os manifestantes cantaram músicas judaicas. "Povo de Israel vive", dizia uma das canções em hebraico. Os participantes também entoaram letras sobre paz antes de cantarem juntos o hino israelense e do Brasil. Apesar de favorável ao direito de defesa de Israel, Ricardo Berkiensztat lamentou a morte de civis palestinos nos bombardeios.

"A gente lamenta profundamente como cidadão, como judeu e como brasileiro. E, segundo, a gente lamenta que o Hamas use essas pessoas como escudos humanos. Ele coloca seus lamentos de mísseis em prédios públicos, como escolas. Israel não precisa matar civis. Isso é a maior barbaridade que o Hamas está fazendo com o povo palestino. Os palestinos precisam ficar livres deste tipo de gente. Nós sofremos com cada pessoa que morre tanto de um lado, quanto do outro. Pode ter certeza. Agora o Hamas tem que sofrer também. O dia em que o Hamas enxergar as suas crianças como nós enxergamos as nossas, acho que a guerra termina", defendeu.

Ainda que conte com a participação de integrantes da Federação Israelita de São Paulo, o protesto foi organizado pela internet e não teve nenhum movimento judaico por trás, disseram pessoas do grupo.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade