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Oriente Médio

Obama suspende nomeação de general envolvido em caso Petraeus

13 nov 2012 - 10h34
(atualizado às 12h41)
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O presidente americano, Barack Obama, suspendeu a designação do general John Allen como chefe supremo da Otan, diante da investigação sobre as correspondências que trocou com uma mulher, no centro de um escândalo sexual, disse um porta-voz da Casa Branca nesta terça-feira.

O general americano John Allen comanda as tropas da Otan no Afeganistão
O general americano John Allen comanda as tropas da Otan no Afeganistão
Foto: AP

"A pedido do secretário de Defesa, o presidente suspendeu a designação do general Allen (...) à espera da investigação sobre sua conduta pelo IG (inspetor geral) do Departamento de Defesa", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Tommy Vietor.

Allen permanecerá em Cabul como comandante das forças da Otan enquanto a investigação for realizada, anunciou Panetta, que elogiou seu trabalho neste país e disse que sua liderança havia sido "instrumental" para assegurar o avanço da guerra contra os talibãs. No entanto, Panetta indicou que pediu à comissão das Forças Armadas do Senado para apurar a designação do sucessor de Allen no Afeganistão, o general Joseph Dunford.

Não está claro sobre quais acusações Allen enfrenta. "É muito cedo para especular sobre o que o IG encontrará", disse a fonte. "Há preocupação suficiente, razão pela qual acreditamos que era uma medida prudente (...) iniciar uma investigação e notificar o Congresso", acrescentou. "Devemos ver para onde nos levam os fatos neste assunto antes de tirar conclusões de qualquer tipo", disse a fonte. Allen "nega ter realizado algo mau neste assunto", acrescentou.

A informação é um novo avanço no escândalo que explodiu após a reeleição do presidente Barack Obama e em meio às investigações pelo desempenho da CIA depois do ataque contra o consulado americano em Benghazi (leste da Líbia), no dia 11 de setembro, no qual morreram o embaixador e outros três funcionários.

Troca de e-mails

Segundo um funcionário do Departamento de Defesa, o general John Allen se tornou alvo de uma investigação depois que o FBI descobriu entre 20 mil e 30 mil páginas de correspondências, em sua maioria e-mails, entre ele e Jill Kelley, figura-chave no escândalo que custou o cargo de Petraeus, renomado general e chefe dos serviços de inteligência dos Estados Unidos.

Petraeus renunciou abruptamente na semana passada, admitindo uma relação extraconjugal com sua biógrafa Paula Broadwell. A fonte disse aos jornalistas que viajam à Austrália com o secretário de Defesa, Leon Panetta, que existe uma "clara possibilidade" de que os e-mails de Allen estejam vinculados ao caso Petraeus. "As alegações envolvem comunicações impróprias entre Allen e Kelley", disse a fonte.

Kelley, uma mulher de 37 anos de Tampa, Flórida, havia denunciado ao FBI uma série de e-mails ameaçadores que recebeu neste ano e que, conforme se esclareceu depois, eram provenientes de Broadwell. O FBI posteriormente encontrou mensagens entre Broadwell e Petraeus que revelavam sua relação.

Steve Boylan, amigo próximo e ex-porta-voz de Petraeus, afirmou na segunda-feira à AFP que o general lamentava profundamente sua relação extraconjugal, que começou dois meses depois de assumir a chefia da CIA, em setembro de 2011. O romance terminou há quatro meses, disse.

Agentes do FBI revistaram na noite de segunda-feira a casa de Broadwell, em Charlotte (Carolina do Norte, sudeste), de acordo com o canal de televisão WFMY, filial da rede CBS. Agentes carregaram caixas e fizeram fotografias do interior da casa da biógrafa e suposta amante de Petraeus, informou o canal.

Uma jornalista da rede de televisão local WMCM informou pelo Twitter que agentes do FBI começaram a revistar a casa de Broadwell às 20h40 locais (23h40 de Brasília) e que levaram pelo menos duas horas para inspecionar o local. Broadwell, que escreveu uma biografia autorizada do general, não foi vista desde a renúncia de Petraeus e a explosão do escândalo.

O escândalo colocou em alerta a classe política americana, que teme que a segurança nacional do país esteja em perigo pela possibilidade de Broadwell ter acesso a informações confidenciais.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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