Morales pede ajuda de Sean Penn em disputa marítima com o Chile
O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu nesta terça-feira ao ator americano Sean Penn que seja o "embaixador" do seu país na disputa marítima travada com o Chile e também para que os Estados Unidos extraditem o ex-mandatário Gonzalo Sánchez de Lozada, acusado pela morte de 60 pessoas em uma revolta social em 2003.
Morales também pediu ao ator, que o visitou em La Paz pela segunda vez em menos de um ano, que apoie a campanha boliviana perante as Nações Unidas pela descriminalização da folha de coca, informou em entrevista coletiva o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana.
Segundo Quintana, o governante quer que Penn seja o "interlocutor" da Bolívia "junto aos atores da política internacional" com relação à reivindicação boliviana de uma saída soberana ao Oceano Pacífico, que perdeu em uma guerra contra o Chile no fim do século 19.
Quintana indicou que também foi pedido ao ator "que possa fazer todas as gestões perante diplomatas, políticos, atores e a sociedade civil americana" para que o Governo dos EUA aceite extraditar Sánchez de Lozada (1993-1997 e 2002-2003).
Segundo o ministro, Penn "reconheceu a necessidade" de Sánchez de Lozada submeter-se à Justiça boliviana. Por fim, Quintana agradeceu ao vencedor do Oscar de melhor ator em 2004 (Sobre Meninos e Lobos) e 2009 (Milk - A Voz da Igualdade) pela visita a La Paz.
"Estamos muito comprazidos e agradecemos enormemente ao senhor Sean Penn por sua visita, por sua qualidade humana, por sua disponibilidade perante o Governo nacional para levar adiante estas três grandes tarefas como um embaixador do nosso país", assinalou o ministro.
O ator, por sua vez, qualificou de "fantástica" e "positiva" a sua reunião com Morales, apesar de não ter dado muitos detalhes sobre os temas abordados durante o encontro.
"Estou muito impressionado com o compromisso do presidente com seu país e sua mente aberta sobre os assuntos referentes ao Haiti", acrescentou.
Penn já visitara Morales em fevereiro para explicar a ele a situação do Haiti e solicitar cooperação para esse país, tema que voltou a ser tratado na reunião desta terça-feira.