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Oriente Médio

Israel e EUA fazem maior simulação militar conjunta de sua história

18 out 2012 - 08h58
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Os exércitos dos EUA e de Israel farão nos próximos dias as maiores ações conjuntas até agora, em um exercício de três semanas em que participarão milhares de militares e que ambos os países tratam de dissociar da questão do programa nuclear do Irã.

Uma parte das forças americanas que atuarão no Austere Challenge 12 já estão em Israel, confirmaram à Agência Efe fontes militares, que evitaram revelar quando começarão os exercícios.

A cautela com que ambos os países tratam o tema se deve ao temor de que as manobras sejam mal interpretadas pelo Irã.

"O Austere Challenge 12 envolve cenários teóricos, não está relacionado a eventos reais no mundo", assegurou ontem, quarta-feira, em uma videoconferência com jornalistas o tenente-general Craig Franklin, comandante da Força Aérea americana na Europa, que chegará na semana que vem a Israel para dirigir a operação.

Em mensagem enviada à Efe por ambas as partes, os comandantes encarregados desmentiram categoricamente as informações de que os conhecidos como "AC12" simulem operações de defesa contra um ataque com milhares de foguetes contra território israelense por parte do Irã e de seus aliados na região, o libanês Hezbollah e o palestino Hamas.

Esse seria o pior cenário que a Inteligência israelense prevê no caso de o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, dar a ordem de bombardear as instalações nucleares do Irã, uma opção que, após meses de ameaças verbais, parece ter sido suspensa pela oposição dos EUA e a recente convocação de eleições antecipadas em Israel.

O general-de-brigada israelense Nitsán Nuriel explicou que os exercícios contemplarão um cenário de "ameaças de todas as frentes" e que "cada um pode tirar (delas) a mensagem que quiser".

"É uma mensagem clara de que trabalhamos juntos e que juntos podemos conseguir mais e, a partir daí, que cada um tire suas próprias conclusões", comentou sobre a interpretação dada ao alcance do exercício.

Mais de 1 mil militares americanos participarão das manobras do território israelense e, outros 2.500, em suas bases na Europa e embarcações de guerra no Mediterrâneo, com um custo global de cerca de US$ 30 milhões (R$ 60,9 milhões) para o erário americano.

"Quando terminarem, todas as tropas americanas deixarão Israel", afirmou o tenente-general Franklin negando suposições de que as manobras sejam uma maquiagem para um ataque conjunto contra o Irã.

Criados há dois anos, os AC12 acontecerão no mais absoluto segredo - nenhuma das partes revela nem datas nem locais - e incluirão a homologação de todos os sistemas antiaéreos que compõem o conjunto de proteção de Israel na eventualidade de sofrer um ataque em massa com foguetes.

No epicentro das simulações estão o sistema contra mísseis balísticos Aegis e os foguetes Patriot americanos, aos que Israel incorporará os radares de suas baterias antimísseis Arrow e Iron Dome, entre outros sistemas.

A cada dia será disparada uma "salva" - termo ambíguo que não revela se será um ou mais foguetes - para calibrar e ativar todos os sistemas de alarme, detecção e intercepção de mísseis inimigos.

Os AC12 foram realizados na primavera passada com duração e alcance maiores que os atuais, mas foram adiadas a pedido de Netanyahu - para surpresa do Exército israelense - quando o volume das ameaças com o Irã ganhou força.

Dos 30 dias previstos a princípio, as manobras foram reduzidos para pouco mais de três semanas e, os 5 mil militares americanos, reduzidos a pouco mais de 1 mil, por decisão de Washington no final de agosto.

Fontes militares dos dois países minimizaram a importância da decisão, argumentando que o que se reduziu foi o número de militares em solo israelense. EFE

elb/tr

EFE   
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