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Haia: "mereço um prêmio", diz ex-líder acusado de massacrar bósnios

16 out 2012 - 06h10
(atualizado às 11h19)
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O ex-líder sérvio-bósnio Radovan Karadzic, acusado de comandar alguns dos maiores massacres da história durante a guerra da Bósnia (1992-1995), afirmou nesta terça-feira que "deveria ser premiado" por seus esforços para evitar a guerra. Em uma introdução de quatro horas durante depoimento ao Tribunal Internacional de Haia, Karadzic alegou inocência.

"Não mereço ser acusado, mereço um prêmio por todas as minhas boas ações. Fiz tudo o que era humanamente possível para evitar a guerra e reduzir o sofrimento humano", declarou o ex-líder, em tom considerado calmo.

Definindo-se como um homem culto e "de formas suaves, que sabe entender os outros", Karadzic afirmou que nunca discriminou a população muçulmana da Bósnia, que ele acusou de ter iniciado o conflito.

"É um equívoco pensar que os sérvios começaram a guerra na Bósnia. O início da guerra não tem nada a ver comigo", afirmou perante os juízes.

"Eu nunca permiti o menor dos crimes", manteve em sua alegação, antes de afirmar que "ninguém podia pensar que ocorreria um genocídio de pessoas que considerávamos iguais".

Karadzic, que disse hoje ter se limitado a "defender" a unidade territorial da antiga Iugoslávia, é acusado de crimes de guerra e lesa-humanidade pelo genocídio de quase oito mil homens muçulmanos na cidade bósnia de Srebrenica em 1995.

Sobre o assédio de Sarajevo, o ex-líder declarou que sempre sentiu "verdadeiro horror por técnicas como a dos franco-atiradores, embora tenha reconhecido que "é uma estratégia militar possível".

Espera-se que Karadzic, que conta com um total de 300 horas para desenvolver sua defesa, convoque hoje a primeira de suas testemunhas.

Com informações da EFE

Karadzic é acusado por alguns dos maiores massacres da história
Karadzic é acusado por alguns dos maiores massacres da história
Foto: AP
Fonte: Terra
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