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Mundo

"Ter relações com os EUA é um cocô", diz Evo Morales

12 out 2012 - 13h46
(atualizado às 18h18)
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O presidente boliviano, Evo Morales, criticou a relação com a embaixada dos Estados Unidos, durante uma cerimônia em comemoração ao Dia da Descolonização, realizada na sede do governo. "Antes, era todo-poderoso aquele que tinha boas relações. Oficiais das Forças Armadas e Polícia iam até lá. Aquele que tinha boas relações com a embaixada dos Estados Unidos era admirado", disse Morales. "Agora, com o perdão da expressão, ter relações com a embaixada americana é um cocô (sic)."

O presidente boliviano é um grande crítico dos Estados Unidos, cujo embaixador expulsou em 2008, sob a acusação de conspirar contra seu governo. Washington tomou uma atitude recíproca logo depois. Mais tarde, La Paz expulsou os agentes americanos da agência antidrogas (DEA, sigla em inglês). No governo desde 2006, Morales assinalou que, "no campo político, também já começamos a nos descolonizar. Antes, de quem e de onde dependiam os governos? Das potências. Na nossa época, os governos anteriores dependiam da embaixada americana."

"O ministro de Governo era nomeado pela embaixada dos Estados Unidos; os comandantes das Forças Armadas e da Polícia Nacional tinham que ter o aval da embaixada americana para se tornarem comandantes. Era a embaixada que trocava ministros e ministras, lembrou Morales.

Bolívia e Estados Unidos comprometeram-se a substituir os embaixadores quando assinaram um acordo-marco para a retomada das relações, em novembro passado, e a cooperação contra as drogas. O documento foi firmado após negociações conturbadas, mas ainda não foi aplicado, devido a desavenças, principalmente a decisão de Washington de classificar a Bolívia como um país que não coopera na luta contra as drogas. A Bolívia é o terceiro maior produtor de coca, matéria-prima da cocaína, depois de Peru e Colômbia.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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