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Oriente Médio

ASPA termina com pedido de reconhecimento de Estado palestino

2 out 2012 - 20h52
(atualizado em 3/10/2012 às 00h20)
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A cúpula de chefes de Estado e de Governo da América do Sul e dos Países Árabes (ASPA) chegou ao fim nesta terça-feira em Lima com uma declaração que rejeita o terrorismo e respalda a independência dos palestinos.

A Declaração de Lima fixou em linhas gerais uma política de aprofundamento das relações entre as duas regiões, reunidas pela terceira vez desde 2005.

Na condição de anfitrião, o presidente peruano, Ollanta Humala, mencionou alguns dos principais temas aprovados na reunião, entre os quais citou a rejeição à proliferação de armas nucleares e o repúdio a todas as formas de terrorismo e violência.

A declaração, que não foi divulgada ao término da reunião por existir modificações a serem feitas, respalda o direito do povo palestino e de todas as nações da região à independência e a viver em paz e segurança, dentro de fronteiras reconhecidas e respeitadas, segundo as palavras de Humala.

"Nesse sentido, ratificamos nossa adesão às resoluções das Nações Unidas sobre o particular, e chamamos as partes em conflito a retomarem as negociações de paz em um clima de boa-fé, disposição e respeito", disse o presidente peruano.

A declaração mencionou que a América Latina introduziu na discussão política o tema das Malvinas, cuja soberania é reivindicada pela Argentina; condenou a sublevação policial ocorrida no Equador em setembro de 2010 e ressaltou a inviolabilidade das sedes diplomáticas, em alusão ao asilo pedido por Julian Assange ao Equador.

A cúpula também aprovou a troca de especialistas em mineração de cobre no Chile, de ferro no Brasil, de ouro no Peru e de gemas na Colômbia e no Uruguai. As duas regiões promoverão ainda a segurança alimentar, a pesquisa científica referente à degradação da terra e a proteção do meio ambiente.

No marco da cúpula, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, condenou a situação da Síria e defendeu o respeito ao processo de democratização nessa região. Santos defendeu que os países árabes enfrentem a mudança política "da forma mais pacífica, civilizada e democrática possível".

A cúpula também serviu de cenário para a troca de declarações entre os líderes da Bolívia, Evo Morales, e do Chile, Sebastián Piñera, sobre a reivindicação boliviana de uma saída soberana ao Oceano Pacífico.

Morales declarou na segunda-feira, ao chegar a Lima, que o Chile é "um perigo para a região" em plena época de integração, sendo não só "uma ameaça para a Bolívia, mas também para o Peru".

As palavras de Morales respondem às declarações dadas por Piñera na semana passada, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, quando disse que seu país respeitaria os tratados com Bolívia e Peru.

Piñera acrescentou nesta terça-feira que como presidente do Chile seu dever é defender "a soberania, os territórios, o mar e o céu chilenos". "O Chile seguirá buscando caminhos para o diálogo e muito especialmente com os países vizinhos, como a Bolívia, pelo que buscará avançar de forma firme e segura, sem tentar ignorar ou desconhecer tratados vigentes", expressou Piñera.

EFE   
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