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Oriente Médio

Poemas de Gunter Grass criticam programa nuclear de Israel

29 set 2012 - 06h13
(atualizado às 07h31)
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O escritor alemão e Prêmio Nobel de Literatura em 1999, Gunter Grass, publicou um livro de poemas com textos críticos contra o programa nuclear de Israel e elogios ao técnico israelense Mordechai Vanunu, que revelou segredos militares de seu país.

Seis meses depois do controvertido poema publicado no jornal "Suddeutsche Zeitung", no qual acusou Israel de pôr em perigo a paz mundial, o escritor dedicou um dos textos de seu último livro, que começou a ser vendido neste sábado, a Vanunu, descrito pelo escritor como um "herói de nossos dias".

O técnico israelense passou 18 anos na prisão acusado de espionagem. Vanunu divulgou em 1986 os segredos do programa nuclear de Israel. Algum tempo depois, ele foi sequestrado em Roma pelo serviço secreto israelense, o Mossad, e julgado em seu país.

Grass convida em seu poema a qualquer país do mundo com armas de destruição de massa a revelar seus segredos.

O escritor provocou uma grande polêmica em abril com a publicação do poema "O que deve ser dito", no qual atacava um possível "ataque preventivo" de Israel contra o Irã.

O poema despertou a ira da comunidade judaica e a rejeição da classe política alemã, com poucas exceções, já que rompia uma regra não escrita nesse país, assumida por responsabilidade histórica, de guardar uma extrema cautela em relação à política de Israel.

Como consequência da publicação do poema, as autoridades de Israel declararam Grass "persona non grata" no país, com o argumento de que o texto alimentava "as chamas do ódio contra Israel e o povo de Israel", em palavras do ministro do Interior, Eli Yishai, que lembrou que Grass serviu na SS, a polícia nazista.

Grass nunca se retratou pelo conteúdo do poema, mas argumentou que suas críticas não se dirigiam à "potência atômica de Israel", mas ao "atual governo da potência atômica de Israel".

EFE   
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