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Oriente Médio

Sob boicote, Ahmadinejad ataca "ordem mundial" na ONU

26 set 2012 - 12h08
(atualizado às 15h21)
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Em um discurso boicotado por Estados Unidos e Israel, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, subiu pela última vez ao púlpito em uma Assembleia Geral das Nações Unidas, nesta quarta, em Nova York. Na sua fala, o líder iraniano versou sobre o aumento da diferença entre ricos e pobres e falou sobbre um descontentamento com a atual ordem mundial.

Mahmoud Ahmadinejad discursa na Assembleia Geral da ONU; líder iraniano atacou a "atual ordem" mundial
Mahmoud Ahmadinejad discursa na Assembleia Geral da ONU; líder iraniano atacou a "atual ordem" mundial
Foto: Reuters

Ahmadinejad disse que a "pobreza é imposta às nações e as ambições e as metas das potências são buscadas seja por meio de artifícios ou pelo recurso à força". "A situação abissal atual do mundo e os incidentes amargos da história se devem principalmente ao gerenciamento errôneo do mundo e dos autoproclamados centros de poder que se entregaram ao diabo", afirmou.

Para Ahmadinejad, o mundo atual é regido pelos interesses materiais, não por valores morais. Ahmadinejad também pediu uma reforma na organização das Nações Unidas. "A ONU pertence a todas as nações. Se uma nação é discriminada, isso é um insulto a todas as nações", disse, ressaltando que a desconfiança rege as relações entre os países.

Em seu longo discurso (durou mais de 15 minutos, com a transmissão da ONU mostrando uma pequena luz vermelha piscando no púlpito para avisar que o tempo estipulado havia terminado), Ahmadinejad não citou temas polêmicos, como seu programa nuclear ou a guerra civil na Síria, fazendo uma leitura bem particular da situação da política internacional. O presidente iraniano fez uma única menção a Israel quando acusou os Ocidentais e o Estado judeu de procurar "intimidar" seu país "por meio de armas nucleares". "As ameaças persistentes feitas pelos Sionistas incultos de recorrer a uma ação militar contra a nossa grande nação ilustram claramente esta realidade amarga", declarou.

Apesar disso, o discurso de Ahmadinejad mencionou questões suscitadas em suas participações anteriores na ONU, sugerindo que deveria haver uma "equipe independente de investigação" para descobrir a "verdade" por trás dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos EUA. Ele também reclamou das "políticas e ações hegemônicas do sionismo mundial".

Boicote
Diversas outras delegações deixaram o recinto durante o discurso de Ahmadinejad. Um pouco antes, a missão americana disse que oo líder iraniano "aproveitou mais uma vez sua visita à ONU para proferir teorias paranoicas e insultos repugnantes contra Israel. É por isso que Estados Unidos decidiram não assistir ao discurso". "É particularmente desafortunado que Ahmadinejad tenha esta plataforma da Assembleia da ONU em pleno Yom Kippur" (uma das celebrações mais importantes para os judeus), afirmou Erin Pelton, porta-voz da missão. Ahmadinejad tem se mostrado desafiante desde sua chegada a Nova York, dando pouca importâncias às advertências das potências ocidentais, que temem que seu programa atômico tenha fins militares.

Fonte: Terra
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