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Estados Unidos

EUA condenam recompensa por morte de autor de filme anti-islâmico

23 set 2012 - 18h00
(atualizado às 18h41)
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Os Estados Unidos condenaram neste domingo (23) a oferta de uma recompensa de US$ 100 mil (cerca de R$ 202,5 mil) pela morte do cineasta responsável pelo filme americano Inocência de Muçulmanos, considerado ofensivo ao profeta Maomé.

Frame retirado do YouTube exibe ator no papel do profeta Maomé no polêmico filme Innocence of Muslims (Inocência dos Muçulmanos, em tradução livre).  O filme foi produzido por um homem que se apresentou à mídia americana como Sam Bacile, corretor imobiliário de origem israelense do Estado da Califórnia. No entanto, acredita-se que este seja um pseudônimo utilizado por Nakula Basseley Nakula, cristão copta egípcio que é o proprietário da empresa que produziu o filme
Frame retirado do YouTube exibe ator no papel do profeta Maomé no polêmico filme Innocence of Muslims (Inocência dos Muçulmanos, em tradução livre). O filme foi produzido por um homem que se apresentou à mídia americana como Sam Bacile, corretor imobiliário de origem israelense do Estado da Califórnia. No entanto, acredita-se que este seja um pseudônimo utilizado por Nakula Basseley Nakula, cristão copta egípcio que é o proprietário da empresa que produziu o filme
Foto: Reprodução

Veja imagens do polêmico filme anti-Islã
Protestos, dia 1: embaixador dos EUA na Líbia é morto
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Protestos, dia 3: embaixada dos EUA no Iêmen é cercada
Protestos, dia 4: fúria se espalha por África e Oriente Médio
Protestos, dia 5: Al-Qaeda convoca muçulmanos para novos ataques
Protestos, dia 6: Líbia prende 50 pessoas por ataques à embaixada
Protestos, dia 7: manifestações chegam à Indonésia

Um representante do Departamento de Estado americano disse que a oferta, feita ontem (22) pelo ministro de Ferrovias do Paquistão, Ghulam Ahmed Bilour, é inapropriada e serve para inflamar ainda mais os ânimos. Desde que um trailer do vídeo foi publicado na internet, dublado em árabe, há quase duas semanas, uma série de protestos violentos vem varrendo diversos países muçulmanos.

Ontem (22), um porta-voz do primeiro-ministro do Paquistão, Rajá Pervez Ashraf, disse à BBC que o governo paquistanês não tinha qualquer ligação com as declarações do ministro e considerava adotar medidas contra ele.

Filme anti-islamismo desencadeia protestos contra EUA

Na última terça-feira, 11 de setembro, protestos irromperam em frente às embaixadas americanas do Cairo, no Egito, e de Benghazi, na Líbia, motivados por um vídeo que zombava do islamismo e de Maomé, o profeta muçulmano. No primeiro caso, os manifestantes destroçaram a bandeira estadunidense; no segundo, os ataques chegaram ao interior da embaixada, durante os quais morreram, entre outros, o embaixador e representante de Washington, Cristopher Stevens.

Os protestos se disseminaram-se contra embaixadas americanas em diversos países da África e do Oriente Médio. Sexta, 14 de setembro, registrou o ápice da tensão, quando eventos foram registrados em Túnis (Tunísia), Cartum (Sudão), Jerusalém (Israel), Amã (Jordânia)e Sanaa (Iêmen). No Cairo, as manifestações têm sido quase diárias. No dia 17, Afeganistão e Indonésia também tiveram protestos.

O vídeo que desencadeou esta onda de protestos no mesmo dia em que os Estados Unidos relembravam os atentados terroristas de 2001 traz trechos de Innocence of Muslims, filme produzido nos Estados Unidos sob a suposta direção de Nakoula Basseky Nakoula. Ele seria um cristão copta egípcio residente nos Estados Unidos, mas sua verdadeira identidade e localização ainda são investigadas. O filme, de qualidades intelectual e cultural amplamente questionáveis, zomba abertamente do Islã e denigre de a imagem de Maomé, principal nome da tradição muçulmana.

A Casa Branca lamentou o conteúdo do material, afirmou não ter nenhuma relação com suas premissas e ordenou o reforço das embaixadas americanas. No dia 15 de setembro, a Al-Qaeda emitiu um comunicado no qual afirmava que a ação em Benghazi foi uma vingança pela morte do número 2 da rede terrorista no Iêmen em um ataque do Exército.

Agência Brasil Agência Brasil
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