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Os salafistas são um 'perigo', alerta líder islamita da Tunísia

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TUNIS, 21 Set 2012 (AFP) -O veterano líder do partido islamita no poder na Túnisia, Rached Ghannouchi, afirmou que os salafistas adeptos da Jihad (Guerra Santa) são um perigo e que, após o ataque à embaixada americana em Túnis, as autoridades deveriam tomar medidas para reprimir os grupos que não respeitam a lei."Cada vez que partidos ou grupos ultrapassam de maneira flagrante o direito à liberdade, é preciso ser firme, ''apertar os parafusos'' e insistir na ordem", declarou o chefe do Partido Ennahda em uma entrevista exclusiva à AFP em Túnis."Essas pessoas representam um perigo não apenas para o Ennahda, mas para as liberdades públicas do país e para sua segurança, e é por isso que enfrentamos esses grupos, mas com ferramentas que respeitam a lei", acrescentou Ghannouchi.Ele rejeitou as acusações de laxismo contra o governo, que não prendeu, quando teve a oportunidade nesta semana, o chefe jihadista Abu Iyad, suspeito de estar por trás do ataque de 14 de setembro contra a embaixada dos Estados Unidos e uma escola americana."Osama Bin Laden permaneceu muitos anos livre e os serviços secretos internacionais por muito tempo permaneceram sem prendê-lo, então não é de surpreender que alguém possa desaparecer assim (...), mas a polícia vai procurá-lo até que ele seja preso", declarou. Segundo Rached Ghannouchi, as forças de ordem vão tentar evitar distúrbios, enquanto a publicação das charges de Maomé no jornal francês Charlie Hebdo levanta temores de ataques contra interesses da França na Tunísia."A polícia aprendeu a lição e não acredito que isso (atos de violência) aconteça nesta sexta-feira", assegurou.O ministério do Interior anunciou na quinta-feira a proibição de manifestações na Tunísia nessa sexta-feira, por medo da violência durante protestos contra um filme islamofóbico produzido nos Estados Unidos - que já provocou manifestações, por vezes mortais, em todo o mundo muçulmano - e as charges publicadas nessa semana na França.Tanques blindados e arame farpado foram colocados em frente à embaixada da França, que decidiu permanecer fechada, assim como escolas francesas que não estão funcionando desde quarta-feira."Nós não queremos ver a capital com estas imagens, mas estas são medidas temporárias que serão retiradas em breve", declarou o líder histórico do Ennahda.Ghannouchi, que é creditado com uma forte influência sobre a política do governo, destacou que o seu partido não pediu a seus membros que saiam às ruas, mas que "defendam o Alcorão e o Profeta com ferramentas positivas" ."Que escrevem romances, façam filmes, músicas, obras de arte que representem a civilização islâmica em um belo dia, em vez de atos negativos, com gritos, violência, atos que não servem ao Islã, mas sim aos inimigos do Islã", disse Ghannouchi.Contudo, criticou duramente as charges do Profeta: "Nós expressamos nossa indignação em relação aos desenhos que violam as crenças dos muçulmanos e incitam o ódio e a guerra".Enfim, ele pediu por um debate na ONU para encontrar medidas para conciliar o respeito às crenças e à liberdade de expressão."Fazemos um apelo para um diálogo dentro da ONU para encontrar uma solução para este problema, a fim de conciliar a liberdade de expressão e o direito ao que não é prejudicial às crenças dos outros", concluiu.kl-alf/feb/mr/cn

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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